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09/03/2016 07:00

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R$ 230 milhões do Aquário pagariam obras de três grandes hospitais em MS

O que vale mais?

Sem data para teminar, a obra do Aquário do Pantanal já custou ao menos R$ 146 milhões a mais do que o o previsto pela equipe técnica do governador André Puccinelli (PMDB), mentor da faraônica estrutura. Segundo balanço de 2014, a obra alçada inicialmente em R$ 84 milhões já superou o gasto de cerca de R$ 230 milhões. O valor seria suficiente para arcar com a construção completa de três hospitais de grande porte em Mato Grosso do Sul.

A comparação pode ser feita com o custo total do Hospital da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de MS), que deve ser concluído no próximo mês na Capital e que custou menos de R$ 80 milhões, conforme o presidente do plano de saúde estadual, Ricardo Ayache. “Vai custar um pouco menos que 80 milhões de reais, estamos ainda em fase final, ajustando esses valores, mas é algo em torno de 78 milhões ele equipado, em 14 mil metros de área construída”, declarou.

Conforme Ayache, R$ 56 milhões foram direcionados para a construção geral, a compra de ar-condicionado hospitalar, que é um aparelho diferenciado, mais os cinco elevadores e a instalação do centro de controle de dados. O restante do dinheiro foi para a compra de equipamentos médicos, para completar as Unidades de Terapia Intensiva - UTIs -, além do custeio de macas, camas, respiradores, jardinagem e outros móveis. Devem ser atendidas cerca de mil e quinhentas pessoas por dia na unidade, em toda a estrutura ambulatorial e no setor de exames.

Em época de caos na saúde em Campo Grande, cidade onde é construído o Aquário do Pantanal, com unidades superlotadas e o maior hospital do Estado, a Santa Casa, sempre necessitando de apoio, o questionamento da população é se a milionária verba usada na obra não poderia ter sido destinada para a saúde pública regional.

Para encerrar a obra, o Governo do Estado terá que pagar - além dos R$ 230 milhões já investidos - algo em torno de R$ 6 milhões para a empresa responsável pela obra. O montante deve ser empenhado neste ano.

Aquário

O Aquário do Pantanal está sendo construído desde 2011 dentro do Parque das Nações Indígenas, na Avenida Afonso Pena. O local começou a ser levantado com a promessa otimista de ser um importante aliado no turismo e pesquisa locais, sendo considerado o maior aquário de água doce nacional e o primeiro de porte internacional do Brasil, com 17 mil metros quadrados - 90m de comprimento e 18m de altura.

No projeto, consta a construção de 16 aquários dentro do prédio, além de outros cinco instalados na área externa, totalizando um uso de 4.275.000 litros de água, onde devem estar 263 espécies que somam em sete mil animais.

A obra deveria ser concluída em 2013 pela Egelte Construtora, mas foi paralisada por diversas vezes em meio à constatação de irregularidades. No início 2014, a responsabilidade da conclusão da obra foi repassada para a Proteco Construções Ltda., que no ano seguinte foi apontada pela Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, como alvo de investigação de um esquema de desvio de dinheiro público. O contrato com a Proteco foi então suspenso, mas a Egelte não quis retomar os trabalhos.

O governo estima ainda que estejam faltando apenas 5% da edificação para a obra poder ser considerada concluída, que se refere à parte de acabamento. Contudo, a situação com a Egelte segue indefinida ao menos até a próxima quinta-feira (10), quando a empresa deve declarar se retoma ou não os trabalhos, que até agora seguem sem avanço.  

Morte de peixes

Após romper o contrato com Anambi Análise Ambiental, responsável pela morte de cerca de 10 mil espécies de peixes em quarentena, o Governo do Estado vai cobrar a restituição de R$ 2.086.620,97, em valores já corrigidos, repassados à empresa. Ela era a responsável pelo projeto de pesquisa científica “Biodiversidade para todos: da água à popularização da ciência e proteção da vida por meio do Aquário do Pantanal”.

No total, o projeto recebeu R$ 5.109.879,36, dos quais R$ 3.026.619,01 foram utilizados. O restante do recurso foi bloqueado e os peixes que sobraram foram transferidos para o Imasul (Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul), que mantém os animais em cativeiro para reprodução.

O pavilhão de 1500 m² em que os animais foram armazenados custou ao Governo do Estado R$ 255 mil, somados com R$ 1.298.553,82 para aquisição de materiais de pesquisa e de escritório, como freezer e geladeiras para armazenagem de remédios e amostras, tanque rede, armários e notebooks.

Além disso, o governo precisou desembolsar R$ 330.956,01 para a compra de camionete a ser usada pelo projeto quarentena, bombas d’água, plataformas, entre outros. Estes valores não consideram os custos com manutenção do sistema e a folha de pagamento da equipe, que somou R$ 85,3 mil entre setembro de 2014 e março deste ano.

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