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Cidades

25/02/2014 11:00

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Gangues na região sul da Capital fazem de moradores reféns em suas casas

Briga antiga

Moradores dos bairros Dom Antonio Barbosa e Parque do Sol vivem em meio a uma guerra civil. Constantemente ouvem tiroteios pelas ruas da região, algumas vezes nem é preciso sair de casa para presenciar os tiros. As balas perdidas, disparadas durante troca de tiros entre gangues, deixam marcas nos muros e nas paredes de quem, não tem nada a ver com as rixas.

Neste fim de semana, o local serviu de palco para mais um acerto de conta entre as gangues dos bairros vizinhos. Quatro jovens conversavam em frente a uma casa, no bairro Dom Antonio Barbosa, quando foram surpreendidos por homens armados que passaram atirando em um carro.  Os rapazes foram atingidos e tiveram que ser internados. A polícia foi chamada para atender a ocorrência.  

A  mãe de um dos jovens, atingido no joelho e que preferiu não ser identificada, disse que levou um susto, pois estava dormindo na hora em que tudo aconteceu. Ela acordou com os tiros vindos da rua. "Ouvia os gritos dos meninos que foram baleados. Eles pediam ajuda, socorro. Foi quando eu sai correndo", relata a mulher que ainda chegou a tempo de ver os bandidos atirando. "Fiquei desesperada e fui socorrer meu filho", conta.

A briga entre as gangues na região sul da Capital já é antiga e alguns moradores relatam que os desentendimentos existem há mais de 20 anos, mas que nestes últimos dias a situação piorou. "Não tem dia para ouvir tiro, é de segunda a sexta-feira". Segundo a mãe do rapaz baleado, a polícia vem atender às ocorrências, mas não interfere muito nas brigas. "Você liga para polícia, eles ficam parados, escondidos dentro da viatura e não fazem nada", reclama.

Outra moradora da região disse a comunidade acaba virando refém em suas próprias casas. "Eles passam atirando em qualquer um, seja homem, mulher, criança ou idoso. Não podemos nem sequer sentar em frente de casa".

Diante dos acontecimentos que rondam o local há anos, os moradores pedem às autoridades que implemente uma unidade pacificadora na região, assim como aconteceu no Bairro Nha-nha. "Se tiver um grupo de jovens aglomerados na rua, que sejam revistados", afirmou a moradora.

Segundo o comandante Haddad, do Batalhão da Polícia Militar, já existe uma base no Jardim Los Angeles e como fica próximo ao bairro, não há a possibilidade de implementar outra unidade fixa nesses bairros. "Estamos implementando um policiamento preventivo na região, mas por enquanto, não irá ser construída nenhuma base no local", explica.

Enquanto isso, os moradores terão que conviver com a saraivada de tiros nas ruas dos bairros e torcer para que nenhuma bala perdida atinja algum inocente. "No ano passado já morreram três e esse ano serão quantos mais?", desabafa a moradora que tem marcas de tiros na parede de sua casa.

Outro caso -  No inicio da noite de domingo (23), três crianças - uma de 12 e duas de 13 anos - participaram de uma tentativa de assalto a uma padaria, no bairro Dom Antônio Barbosa.  As crianças estariam com uma arma de brinquedo em frente à padaria. Uma delas chegou a apontar a arma na cabeça de uma senhora que estava no caixa.

Segundo o boletim de ocorrência, na hora em que as crianças estavam no estabelecimento comercial, a Polícia Militar estava passando e repreendeu o trio.  Uma das mães das crianças, Lucélia Terezinha Matias, 36 anos, disse que os jovens estavam brincando de 'polícia ladrão'. Ela teria pedido para o filho ir até a padaria, para comprar pão. "Eles foram à padaria brincando de polícia e ladrão”, explicou, despreocupada com as circunstâncias de violência que acomete na região.

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