Contra a proposta da prefeitura, que estuda finalizar a circulação dos ônibus na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, a Ussiter (União sul- mato-grossense dos usuários do sistema integrado de transporte urbano e estadual rodoviário) está coletando assinaturas dos usuários através de um abaixo-assinado.

De acordo com motorista aposentado e presidente da Ussiter, Antônio Aparecido Duarte, 57 anos, já foram coletadas cerca de 1.400 assinaturas. Ele reforça que o documento busca defender o interesse dos usuários.

“Os usuários não querem que tire, está todo mundo contra, a gente fez uma pesquisa, então a associação busca atender a necessidade do usuário. A Avenida Afonso Pena foi criada na década de 70, é uma linha muito antiga, hoje atende toda a necessidade da população que utiliza aquele setor, aquela região, os usuários já se habituaram” defende.

Ele pondera que o projeto apresentado pela união não prejudica ninguém.

“Dentro do nosso projeto, fizemos um trabalho muito perfeito para não prejudicar ninguém, nem quem estaciona, nem o corredor de ônibus que pode ser criado com muita tranquilidade. As duas pistas da esquerda vão continuar normalmente, a gente só precisa de um canteiro para se adequar às faixas, de acordo com o CTB (Código Nacional de Trânsito), sem prejudicar a população com alterações de linha”, comenta.

O presidente alega que essas mudanças não melhoram o trânsito e reclama do que aconteceu na Rua 14 de julho.

“A gente sabe que essas alterações vão congestionar outras vias, assim como foi feito na 14 de Julho, que congestionou a Rui Barbosa, 13 de Maio, Afonso Pena, deixou a cidade mais compactada com o sistema de trânsito, sabemos que não vai melhorar muita coisa. São os usuários que pagam a passagem, a lei é clara, o ônibus tem que chegar mais próximo de onde o usuário quer. Temos a lei de mobilidade urbana, que é primeiramente o pedestre, segundo o transporte público”, explica.

Entenda

O prefeito Marquinhos Trad (PSD) declarou, durante agenda pública, que a prefeitura estuda finalizar a circulação dos ônibus na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande.

"Está em estudo (a ideia), vai ter que ter uma nova rota, inclusive com tempo regular para que o transporte coletivo saia de um local e chegue no seu local em tempo adequado”, revelou.

Trad destacou que a sua administração é projetada e pensada no crescimento da Capital, estimando uma população de 1,5 milhão de habitantes.

“Não vou fazer uma gestão até o ano de 2020, estou pensando na cidade daqui a 20 anos. Corredor de transporte coletivo é necessário e todos os grandes centros têm. A Ernesto Geisel, aquele trabalho que nós estamos fazendo ali, é pra um século, revitalização do Centro também", pontuou.

O prefeito defendeu que a ideia é proporcionar mais conforto e agilidade aos usuários dos transportes coletivos.