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sexta, 29 de março de 2024 Campo Grande/MS
COLUNA

Reflexões

Marcelo A. Reis

Anistia x Rendição

O Brasil ,caso queira firmar-se como Potência Emergente, tem que contar com o segmento militar forte, coeso, profissional e respeitado

09 abril 2014 - 11h55

Para que não existam dúvidas e más interpretações gostaria de pontuar algumas premissas básicas;


 


1) NÃO aceito qualquer tipo de desrespeito aos Direitos Humanos;




2) Como tal repudio a tortura física e psicológica em qualquer circunstância, inclusive em quadro de conflito externo ou interno;




3) Estou certo que durante o Governo Autoritários, pós 1964, ocorreram casos de torturas, mortes e desaparecimentos de presos e militantes da guerrilha e que tal era do conhecimento e contava com a aprovação dos altos escalões.






4)  Havia no contexto da Guerra Fria um quadro de insurgência Marxista-Leninista, algumas até anteriores, repito anteriores, a implantação dos Governos pós deposição do Presidente João Goulart.






5)  Haviam dois Projetos Políticos de cunho autoritário. Um o vitorioso, desembocou na chamada Ditadura Militar e o outro que visava a implantação da Ditadura do Proletariado.
 


6)  É falsa a afirmativa de que os militantes envolvidos na Luta Armada queriam implantar a Democracia. Vários participantes, entre eles o Jornalista Fernando Gabeira, o Professor Daniel Aarão Reis com honestidade pessoal e política corroboram com esta afirmação.




 


7)  É fato que a guerrilha matou sequestrou e atingiu, inclusive terceiros  inocentes.


Fiz as assertivas acima, tendo em vista como venho afirmando que a Anistia foi uma magnífica obra de Engenharia Política que nos permitiu a transição para a Democracia de maneira até certo ponto pacífica. Há alguns artigos comentei que junto a Ulisses, Tancredo, Teotonio Vilella, Thales Ramalho, Franco Montoro, Itamar Franco, Fernando Henrique e outros líderes oposicionistas também existiram pelo lado do Governo homens públicos como os Generais Geisel, Golberi e Murici, políticos do naipe de Marco Maciel, Petrônio Portela, Aureliano Chaves e outros que entendendo o anseio geral permitiram o reencontro nacional. É claro que aquelas famílias dilaceradas pelas mortes e desaparecimentos de seus entes, em ambos os lados muito justamente sentem injustiçadas, mas o alcance da paz na maioria das vezes não é o "Mar de Justiça" que seria poderíamos  almejar. É a realidade! 




Os Presidentes Geisel e Figueiredo, tiveram que mesclar habilidade e firmeza para ultrapassarem os "bolsões sinceros e radicais" a que se referia o primeiro. Houve indisciplina e confrontação. É bom lembrar que, a exoneração do General Silvio Frota do cargo de Ministro do Exército teve que ser feita em clima cinematográfico. O Palácio do Planalto guarnecido por blindados ante a possibilidade de um ataque de tropas "frotistas". A tal conciliação real não digo que justa, pactuada considerando-se o equilíbrio de forças, fez com que os atos de sangue e violência de ambos os lados fossem esquecidos. Não fora isso, teríamos nos encalacrado em conflitos e Guerra Civil. Conseguimos em um grande esforço nacional implantar o mais longo período de Democracia plena que a República conheceu!




E o que vemos agora?






Assistimos a ex-guerrilheiros à pretexto de resgatar a verdade, quererem mudar tudo o que foi tão bem elaborado. A tal Comissão da Verdade, na verdade da Vingança, quer mudar a Lei da Anistia, quer perseguir e punir. E se os militares acharem que os assassinos do Tenente PM de São Paulo, Alberto Mendes Neto, morto a coronhadas de fuzil, indefeso, pelo "democrata" Carlos Lamarca, devem ser julgados e presos? Ou que o matadores do Major Toja Martinez devem  ser identificados e julgados? Aí a tal Comissão da Revanche irá dizer que não. Dirá que foi "Justiçamento"!






É leitor quando o assassinato é da "Esquerda" é "Justiçamento"!






Assim não dá! São dois pesos e duas medidas!






Além do mais, estou seguro que tudo isso que estamos vendo, "compra"do Congresso, aparelhamento do Executivo e do do STF tem um fim direto. A implantação de um regime à la  Chavez  no Brasil.






O estimulo a violência de grupos ditos sociais, a implantação da baderna e da indisciplina nas PMs em diversos estados, a exposição de maneira degradante com mentiras e falsidades das Forças Armadas são peças de uma mesma engrenagem. 






E agora a Comissão da "Revanche", da "Vingança" exige a implantação de comitês nos quartéis para a apuração de fatos que teriam acontecido há cerca de cinquenta anos!!! E o mais grave é a RENDIÇÃO, assim mesmo em maiúscula, dos senhores oficiais generais que comandam cada uma das três Forças!! Não advogo a intervenção, a tomada do Poder pelos militares. Longe de mim!






O Brasil , caso queira firmar-se como Potência Emergente, tem que contar com o segmento militar forte, coeso, profissional e respeitado.






Os Comandantes Militares não deveriam ter aceitado a imposição.






Sem alardes, sem "pronunciamentos", respeitosa e disciplinadamente deveriam ter recusado a concordância ainda que fossem exonerados. E os substitutos deveriam agir da mesma forma,mas não, renderam-se!






É triste!






Até a próxima semana