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quinta, 28 de março de 2024 Campo Grande/MS
COLUNA

Decifrando

Marco Santos

Confiança nas Forças Armadas

30 maio 2018 - 12h32

Um dos principais vetores para o sucesso em gestão estratégica, especialmente em  situações de crise, é a confiança entre as partes.

Na gestão de políticas públicas nacionais é  fator essencial.

A confiança é, sem dúvida, a razão pela qual segmentos significativos da população está batendo a porta dos quartéis pedindo intervenção militar.

O cidadão sabe que pode confiar nos militares.

A confiança neles não vem somente das palavras que proferem, nem no dom para agir com firmeza e respeito ao próximo.

Discursos fáceis são para os políticos, os quais não obtêm o mesmo grau de crédito, como várias pesquisas revelam.

Os militares conquistam o povo por suas atitudes coerentes, seriedade no cumprimento das missões de apoio nas muitas vezes em que são convocados para reduzir danos e atuar para manter a ordem ou prestar assistência.

Mesmo o governo quando atribui  legalmente missões aos militares, o faz porque confia que farão o melhor, como agentes do Estado.

Os Soldados são movidos por valores e princípios basilares da sociedade brasileira e reconhecem a hierarquia e a disciplina como essenciais para o respeito entre eles e para o êxito nos trabalhos que executam.

A confiança  pode representar a diferença entre viver e morrer em situações de risco extremo.

O povo brasileiro está reconhecendo isso no momento em que eles cumprem seus papéis no Rio de Janeiro, especialmente, em espinhosa missão política,  e no restante do país, como prepostos de uma gestão política frágil e bastante desmoralizada, conforme se toma conhecimento diariamente em várias mídias, na paralisação dos caminhoneiros.

Infelizmente para o país, as Instituições políticas, e outras de cunho social, não gozam do mesmo grau de confiabilidade que detém as Forças Armadas.

Perderam essa condição por  atos cometidos por políticos na governança da sociedade que os elegeu e paga  regiamente.

Muitos ainda, auxiliados por setores da mídia televisiva e impressa, tentam destruir a credibilidade das Forças Armadas, especialmente do Exército, distorcendo ou mesmo tentando mudar fatos da história recente do país,  não suficientemente consolidados.

Sucessivos governos, ao longo dos últimos 30 anos, reduziram os orçamentos imprescindiveis para a Defesa do Brasil, tornaram os soldos apenas suficientes para uma razoável vida familiar ; tentaram, sem êxito, denegrir a imagem das Instituições fardadas em comissões da (in)verdade e intentam a extinção de benefícios sociais previdenciários.

Nem por isso, os militares cumprem mal as tarefas a eles atribuídas,  mesmo aquelas que, originalmente, não lhes são peculiares e advém de decisões políticas equivocadas e / ou mal intencionadas.

Sabem que a sociedade confia neles e não pretendem decepcionar.

Ignoram as palavras e a arrogância dos eventuais ocupantes de cargos políticos, quando a eles se referem, porque tem consciência do dever para com a Pátria.

Os militares conhecem bem a profissão de fé que escolheram, por isso não se deixam levar pela vaidade do poder ou pelo discurso fácil dos intervencionistas.

Sabem os chefes militares que entre aqueles que pedem intervenção militar existem pessoas de boa fé que neles confiam. Mas não ignoram que muitos querem a tutela da sociedade em seus anseios de poder e ganho financeiro. Imaginam eles que podem terceirizar aos militares a missão de  substituir de forma extemporânea e não republicana  os ocupantes do poder nacional.

 Tudo em seu tempo.

Se a sociedade, democraticamente, escolheu erradamente seus representantes, confiou em canalhas que a traiu, que paguemos todos, republicanamente, o preço pelo erro de avaliação.

A sociedade deve dar a seus soldados o que tem de melhor,  ideias e armas, segundo o general Douglas MacArthur, para a defesa de seus valores e princípios históricos.

Soldados não pedem muito.

Querem apenas meios salários dignos e condizentes com suas  espertises,  na ativa e na  velhice,  e, sobretudo, respeito.

O dever, sabem cumprir!

Marco Santos

Cel EB , professor e empresário