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Fernando Fenero

Deu ruim: Loot boxes são ‘entrada para jogos de azar’

O cassino de dentro de casa: estudo diz que loot boxes porta de entrada para jogos de azar

23 novembro 2018 - 12h40

São as loot boxes. Uma caixa com um conteúdo aleatório que pode te dar uma skin, arma ou até mesmo personagem do jogo. Pra quem viveu os anos 90 no videogame, acaba sendo um contexto bem babaca, afinal os jogos da época vinham completos da caixa, com personagens desbloqueáveis depois de uma jogatina.


Em geral as loot boxes são só para itens cosméticos que não interferem em nada com o jogo, como skins de armas e de personagens, mas em alguns jogos essa mecânica é determinante, como é o caso do Ultimate Team do FIFA, onde a principal maneira de melhorar o elenco é comprando pacotes de cartinhas, e tirando aleatoriamente os jogadores. Quem não tem tempo desembolsa uma boa grana pra isso, e a desenvolvedora fica feliz da vida.


Fato é que a Europa e suas comissões já têm olhado de atravessado para essa modalidade de faturamento, e mesmo que países como a França liberem as loot boxes como algo inofensivo, o resto do continente não pensa igual.
A comissão de Jogos de Azar do Reino Unido publicou essa semana o resultado de uma pesquisa onde se chegou a conclusão que as loot boxes são “uma porta de entrada para jogos de azar e são um problema para o futuro”. Quase 40% das crianças de 11 a 16 já fizeram sua “fezinha” em algum game regularmente, muitas vezes usando dados e cartões de crédito dos país ou só negociando com os amigos. 


Como resultado disso, alguns youtubers britânicos fizeram acordos para evitar punições considerando que vão parar de fazer vídeos incentivado a consumir milhares de euros e libras em loot boxes, e é a segunda derrota recente do modelo de negócio depois da entrada da Comissão Belga de Jogos contra a EA e suas cartinhas de jogadores de futebol.

Particularmente eu acredito que o hábito deva ser desincentivado, e sua grana e seu tempo deveriam ser gratos com o contudo digital que seja honesto com o seu investimento em entretenimento, mas fica claro que é questão de tempo até que as asinhas das desenvolvedoras sejam cortadas.