A série de matérias falando a respeito das décadas do rock continua por aqui. Chegamos agora aos anos 60 - que viu uma ascensão surgir: o rock inglês.
O estilo começou nos Estados Unidos mas chegou rapidinho aos ingleses e europeus. Principalmente nas cidades portuárias que tinha acesso primeiro as coisas vindas do outro continente.
Quem primeiro empolgou os norte-americanos foi Bill Flurry - e por isso botou seu nome na história. Tinha um talento musical bastante significante. Boa aparência, despretensioso e "super machão" ajudaram a transformar o cara numa grande estrela do rock em pouco tempo e em solo americano e na Inglaterra. Tanto que passou 322 semanas na parada do Reino Unido.
Além dele, surgiam quase que ao mesmo tempo aqueles garotos de Liverpool, amiguinhos de escola John, Paul, George e Pete. Isso mesmo, no começo o Ringo ainda não era o baterista.
Mas enfim, os Besouros traziam consigo um sucesso estrondoso e sem precedentes na música, fato que moldou a concepção do pop. Com eles também surgiu um novo subgênero do rock: o merseybeat. Característico pelo uso de guitarras, harmonias vocais e melodias pegajosas. As menininhas ficavam doidas!
Só que quem comandava mesmo essa cena inglesa eram o beatniks. Um pessoal cheio de ideais inovadores, com uma concepção menos banal das coisas dando ao rock uma concepção política.
- Mas quem eram esses beatniks, Pedroka? Ainda não entendi...
Eles eram conhecidos pela valorização da individualidade, do livre arbítrio, da experimentação e da mudança. Tudo isso, claramente em contradição à manutenção dos antigos valores considerados importantes pela burguesia.
E quem, por exemplo era fiel a esses ideais?! Nada mais, nada menos que Bob Dylan. O cara era um exemplo, surgiu do nada e virou um grande astro. Pela sua música e claro, pela inteligência, a crítica bem argumentada e a força de vontade para mudar a cabeça das pessoas.
Com ele vinha Joan Baez e o seu novo conceito de música pop na hora da composição, criando músicas consideradas revolucionárias - que inclusive por isso teve cancelada uma apresentação no programa de TV de Ed Sullivan, uma espécie de Jô Soares da época.
Já os Rolling Stones vinham para ser a antítese da carinha de bom moço e faziam a cabeça do público mais rebelde da época. As drogas entraram para esse universo bombando.
Também ganhamos nessa mesma leva de mudança e contradição de valores caretas o The Kinks e o The Animals. Em agressividade veio o The Who, com guitarras distorcidas e muita amplificação, e que nos final dos shows sempre destruiam todos os instrumentos que estivessem pela frente. E Eric Clapton já inventava o power trio perfeitamente com o Cream, fazendo 3 integrantes parecerem 10.
Assim, o rock a cada dia mais perdia a simplicidade característica dos primeiros tempos e se transformava num poço de grandes gênios.