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quinta, 28 de março de 2024 Campo Grande/MS
COLUNA

Tiro Livre

Vinícius Squinelo

Do céu ao inferno e de inimigo a aliados; a política e sua roda gigante

Lideranças políticas gostam de dizer a frase: “política é igual nuvem: muda a todo instante”

03 agosto 2018 - 13h08

Lideranças políticas gostam de dizer a frase: “política é igual nuvem: muda a todo instante”. O que vemos na eleição de 2018 deixa a frase cada vez mais usual. A corrida eleitoral, morna até alguns dias atrás, ganhou muito tempero com as mudanças dos últimos dias e levou muita gente do céu ao inferno em pouco tempo. 

Zeca do PT e Delcídio do Amaral, que já foram amigos, inimigos, amigos e desafetos novamente, experimentaram estas mudanças nos últimos dias. Absolvido em um processo, Delcídio ressurgiu, anunciando que luta para ser candidato. Já o deputado federal Zeca do PT, líder nas pesquisas para o Senado, foi do céu ao inferno, com condenação que o tornou  inelegível para a eleição deste ano. A mudança rendeu muita piada na internet. 

A situação também ficou difícil para o grupo do MDB. Quando André Puccinelli (MDB) começava a disparar nas pesquisas, teve ordem de prisão decretada e acabou desistindo da disputa. O recuo mexeu com a vida da senadora Simone Tebet (MDB), que estava tranquila na liderança do partido no Senado. 

Com mais quatro anos de mandato garantido, a senadora não estava muito preocupada com a eleição e, em pouco tempo, se viu como única opção do partido e sem muitas aliados, para uma eleição rápida. A surpresa foi tanta que até agora a senadora nem se pronunciou oficialmente sobre a campanha, ainda que tenha confirmado que colocou o nome à disposição.

A política também traz surpresas no quesito alianças. A chapa do PSDB para deputado federal é uma prova disso. Alcides Bernal (PP) e Rose Modesto (PSDB), rivais há dois anos, na eleição para Prefeitura de Campo Grande, somam forças para conseguir vaga na Câmara Federal. Eles ainda contam com apoio do deputado federal Fábio Trad (PSD), irmão do prefeito Marquinhos Trad (adversário de Rose e Bernal em 2016), que também está no mesmo barco. 

Neste caso, Bernal dá sinais de que aprendeu a lição sobre onde o isolamento pode levar um político. Desta vez, preferiu esquecer as mágoas do passado para investir em uma aliança forte, que pode levá-lo a conquistar uma vaga de deputado federal.

As mudanças de postura das lideranças partidárias são um tapa na cara de quem ainda perde tempo rompendo amizades por divergências partidárias. A facilidade que lideranças têm para olhar para frente demonstra que vale tudo na luta pelo poder, onde olhar para o próprio umbigo continua sendo prioridade.