O custo da cesta básica voltou a subir em Campo Grande no mês de abril, segundo dados divulgados pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O valor médio da cesta chegou a R$ 805,08, representando um aumento de 2,09% em relação a março.
Com isso, um trabalhador que recebe um salário mínimo precisou comprometer 57,34% da sua renda líquida para adquirir os produtos alimentícios básicos, percentual maior que o registrado no mês anterior (56,16%).
A jornada necessária para comprar a cesta básica em Campo Grande também aumentou: em abril, foram exigidas 116 horas e 41 minutos de trabalho, ou seja, 2 horas e 24 minutos a mais do que no mês anterior. Em comparação com abril de 2024, o aumento foi de 2 horas e 31 minutos.
Entre os itens que mais pressionaram o custo estão a batata (21,07%) e o tomate (15,63%), que seguem em alta devido à oferta limitada e às condições climáticas desfavoráveis para colheita.
O café também registrou forte elevação (12,52%) e acumula uma alta impressionante de 102,44% nos últimos 12 meses. O açúcar cristal também subiu (2,74%), impulsionado pela alta demanda em abril.
Apesar de algumas altas, alguns produtos apresentaram queda. O arroz agulhinha, por exemplo, teve a terceira retração no ano, com queda de 5,81% em abril e variação negativa de 3,24% no acumulado de 12 meses.
Já a carne bovina (-0,52%) e o óleo de soja (-2,17%) também recuaram no mês, embora ainda mantenham preços elevados: R$ 43,95 e R$ 7,13, respectivamente.
A única fruta que registrou queda foi a banana, com redução de 3,91% no mês, puxada pela boa disponibilidade da variedade nanica. Nos últimos 12 meses, o preço acumulou queda de 8,66%.
Com base no valor da cesta mais cara — a de São Paulo (R$ 909,25) — o DIEESE calcula mensalmente o salário mínimo ideal para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas. Em abril de 2025, esse valor foi estimado em R$ 7.638,62, ou 5,03 vezes o salário mínimo atual, fixado em R$ 1.518,00.