A partir desta segunda-feira (2), as contas de energia elétrica em Mato Grosso do Sul terão um aumento na tarifa em quase 30%. O motivo do reajuste foi agravada pela falta de chuvas, com a dificuldade de geração nas principais usinas hidrelétricas, e a demanda teve de ser suprida pela termelétrica. A energia gerada por elas é mais cara porque é feito a partir da queima de combustíveis como o diesel.
O reajuste aprovado ontem (27) foi definido após uma audiência pública, que começou na quinta-feira (26). Conforme a Aneel, o aumento na tarifa tem como objetivo “reposicionar os dois itens em que havia maior distanciamento entre os custos efetivos e a cobertura tarifária: a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e os custos com compra de energia”.
Quem não gostou da notícia foram os consumidores sul-mato-grossenses claro. Para a aposentada Maria Florentina Silva, 65 anos o aumento é um ''assalto a mão armada''. "Onde já se viu um aumento desses em uma hora que o nosso país passa por tanta dificuldade, crise em quase todos os setores. A Dilma está afundando o Brasil", opinou a aposentada.
O vendedor Márcio Perin, 31 anos disse que vai ter que mudar os planejamentos financeiros para 2015 devido ao aumento na tarifa elétrica. "Eu estava querendo comprar dois aparelhos de ar condicionado, mas com esse aumento já acabo de desistir. Todo mês sobe um item necessário para a população. E o nosso salário na mesma merreca. Vou rever todas a finanças de casa e ficar mesmo com o bom e velho ventilador", brincou Márcio.
Já a advogada Mariana da Cruz, 28 anos desistiu da viagem de férias com as constantes elevações de preços, tanto do dólar, tanto no setor de alimentação e agora com o novo anúncio no aumento tarifário da energia elétrica. "Estava tudo programado para minhas férias no nordeste. Mudei totalmente os planos, as coisas estão muito caras, mercado, gasolina, e agora a energia. Não sei onde vamos parar desse jeito", criticou a advogada.
De acordo com a Aneel, o CDE teve elevação substancial da cota (de R$ 1,7 bilhão em 2014 para R$ 22,06 bilhões em 2015), o que levou a necessidade de reconhecer a cobertura tarifária. Para os consumidores da Enersul/Energisa-M) o reajuste ficou em 27,9% e para os consumidores da região do bolsão, Três Lagoas, atendidos pela Elektro, ficou 24% mais caro.
Sistema de Bandeiras
Além deste aumento, o consumidor também terá de arcar com a bandeira tarifária mais cara.Esse sistema é o responsável por passar mensalmente o custo elevado das usinas térmicas para o consumidor.
Em decisão, também tomada nesta sexta-feira (27), foi aprovado um aumento de 83% sobre o valor vigente para a bandeira vermelha.
Pela regra, o acréscimo mensal passa de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos.Esse será o novo valor teto, ou seja, o máximo que pode ser aplicado ao mês e que representa momento de elevado custo para compra de energia em todo setor. No mês de março, assim como em janeiro e fevereiro, a bandeira aplicada será a vermelha.
