A terceira edição do estudo “Impactos do Coronavírus no Comércio de Bens e Serviços de MS” mostra uma leve recuperação do empresariado nos meses de junho e julho. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (22), pelo Sebrae/MS e o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS).
Alguns dos principais mecanismos de retomada das atividades durante a pandemia da covid-19 foram a cautela (38%), higienização (17%), crédito (16%), flexibilização (5%) e delivery (4%). “Percebemos a cautela e higienização, para garantir que os estabelecimentos sejam seguros para serem frequentados. Além disso, a busca por crédito cresceu bastante e muitas empresas tiveram crescimento fazendo vendas on-line”, destaca a analista do Sebrae/MS, Vanessa Schmidt.
Segundo a pesquisa, a maioria dos empresários (67%) realizou alterações nos canais de comercialização: passaram a vender pelas redes sociais (34%), utilizam ou intensificaram o uso de plataformas on-line de comercialização (22%) e investiram no atendimento em domicílio ou a distância (11%). E, destas mudanças, a maioria (80%) disse que serão mantidas no pós-crise, com um crescimento de 10 pontos percentuais em relação ao estudo anterior.
A queda no faturamento ainda persiste, mas menor que nos meses anteriores de pandemia (maio, abril e março). Conforme a economista do IPF-MS, Daniela Dias, as demissões também continuaram perdendo a força e a tendência é de redução nos próximos três meses.
"O cenário está menos ruim em comparação ao início da pandemia. Tivemos uma redução da velocidade com que as demissões estão acontecendo, e a melhora em termos de faturamento de alguns empresários. O cenário ainda está aquém do esperado para que tenhamos uma recuperação plena da economia e acerca do controle da pandemia, mas já traz um pouco de alento", disse.
“Os segmentos que tiveram uma melhora mais significativa, até com uma possibilidade de aumento nas vendas se voltaram principalmente à venda de produtos eróticos, peças e acessórios automotores, eletrônicos e do segmento voltado à Educação. Os que ainda estão sofrendo são Moda e Turismo e Eventos, mas todos de certa forma tiveram uma amenização”, complementa a economista Daniela Dias.
Fornecedores e consumidores
A pesquisa, de acordo com o Sebrae, revela ainda uma mudança na relação dos empresários com os fornecedores, agora mais benéficas. Houve alteração do prazo (20%), parceria (18%), novas condições de pagamento (17%), renegociação de dívidas (15%) e até desconto (7%).
“Houve um comportamento de parceria dos fornecedores, que começaram a flexibilizar prazos e a forma de pagamento, e isso é uma vantagem para o empresário, que passa a ter mais flexibilidade na negociação, então ele pode dar vantagens para clientes na compra à vista e com o prazo maior, o que aumenta o capital de giro neste momento”, afirma a analista do Sebrae/MS, Vanessa Schmidt.
Mas, um dado que os empresários devem ter atenção é que, o grau de medo em função do novo coronavírus aumentou entre os consumidores. Enquanto o nível de receio de grau 5 ficou estagnado para os empreendedores, houve um aumento significativo entre os consumidores. Apesar do resultado, os maiores patamares para o índice ocorreram no início da pandemia.
Pesquisa
A pesquisa aplicou 1.693 questionários a consumidores, de 22 de junho a 06 de julho; e 237 questionários a empresários, entre 7 a 14 de julho. Ao todo, 18 municípios participaram. É possível acessar a íntegra do estudo “Impactos do Coronavírus no Comércio de Bens e Serviços de MS”, no DataSebrae.
(Com assessoria)