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Economia

Gastos do turista brasileiro sobem 10 vezes na última década

Turismo Internacional

01 janeiro 2014 - 10h23Por Folha de São Paulo

Levantamento indica que os gastos dos turistas brasileiros aumentaram 10 vezes na última década. De janeiro a novembro de 2013 foram US$ 23,125 bilhões ou 1.025% a mais do que os US$ 2,055 bilhões em 2003.

 

Cabe destacar que naquela época, a realidade era outra e o dólar mantinha-se alto, após chegar a R$ 4,00 em 2002. O cenário era de retração econômica e aumento do desemprego, então as viagens ao exterior recuaram e o saldo de gastos dos brasileiros lá fora e de estrangeiros aqui ficou positivo.

 

De lá para cá, não só o número de brasileiros rodando o mundo cresceu em ritmo bem maior que o de estrangeiros vindo ao país, mas também o gasto médio lá fora disparou. Como os gastos de estrangeiros aqui não cresceram na mesma velocidade, 2013 deve fechar com rombo recorde de R$ 18,6 bilhões na chamada conta turismo, prevê o Banco Central.

 

O economista da PUC-Rio José Márcio Camargo observa que o aumento das viagens internacionais na última década refletiu, além da valorização do real e da alta dos salários, a inflação alta do país. "Ficou relativamente mais barato consumir lá fora", diz. Com a vantagem, passou a 1,791 milhão em 2012 o número de brasileiros que foi fazer compras nos EUA, segundo o Ministério do Turismo. Eram 349 mil em 2003.

 

Destinos - No mesmo período, o total de brasileiros viajando ao exterior cresceu 244%, para 8,1 milhões. Com isso, os EUA passaram a ser nosso principal destino turístico, ultrapassando os vizinhos Argentina e Uruguai.

 

O presidente da Embratur, Flávio Dino, diz que o mais comum no mundo é o turismo de fronteira, mas o Brasil é pouco integrado aos seus vizinhos. Há poucas ofertas de voos e não há ligações por ferrovias, exemplifica.

 

O crescente déficit entre gastos de turistas estrangeiros aqui e brasileiros lá fora é um dos fatores que explicam o aumento do saldo negativo nas contas externas brasileiras, que deve fechar o ano com déficit recorde de US$ 79 bilhões. Para tentar conter esses gastos, o governo aumentou no dia 18 o imposto sobre cheques de viagem, cartões pré-pagos e saques no exterior com cartões de débito.

 

Fonte: Folha de São Paulo