Sob intensa pressão do setor privado brasileiro e da própria presidente Dilma Rousseff, negociadores ficaram frustrados com o adiamento para janeiro da troca de ofertas de abertura de mercado e com a teimosia da Argentina --que, embora tenha melhorado sua oferta, ainda não chegou a um nível aceitável para os europeus.
Dentro do governo, a paciência com a Argentina está diminuindo, pois o acordo com a UE é visto como tábua de salvação para a economia. A negociação adquiriu urgência com a deterioração da balança comercial -o deficit de manufaturados está acumulado em US$ 92 bilhões no ano até outubro- e a sensação de isolamento com o avanço de mega-acordos.
Segundo uma alta fonte diplomática, uma "tempestade perfeita" de fatores tornou o acordo UE-Mercosul uma questão de sobrevivência.