sexta, 11 de julho de 2025

Busca

sexta, 11 de julho de 2025

Link WhatsApp

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp Top Mídia News
Economia

15/06/2014 15:30

Governo usa Copa para adiar resolução e ruralistas repudiam a atitude de negar laudo recomendado pel

Conflitos rurais

Ontem (14), a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul) divulgou uma nota de repúdio após a fracassada reunião entre representantes dos produtores rurais próximos à Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, juntamente com os do Ministério da Justiça, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ao que tudo indica, o Governo federal tem subjugado a situação, além adiar a decisão que causa ansiedade, tanto entre produtores rurais quanto em meio aos indígenas: o desejado fim dos conflitos em terras sul-mato-grossenses.


O documento descreve que os produtores rurais estão estarrecidos com a postura dos representantes da União e o resultado das conversações "mostra - mais uma vez - o descaso para com a questão séria e delicada dos conflitos gerados pelas invasões a propriedades privadas no Brasil."


Copa? - A desculpa esfarrapada dada pelo Governo federal aos produtores rurais de que após a abertura da Copa do Mundo a questão seria resolvida a contento, mostra o tamanho da paciência que o setor do agronegócio em Mato Grosso do Sul tem tido diante do caos instaurado no campo. A cobrança em torno da União decorre da necessidade de sanar, de uma vez por todas, a instabilidade econômica que os setores de defesa das reservas indígenas (que ao passar do tempo ampliam ainda mais suas fronteiras) tem causado na produtividade do campo.


Os produtores rurais e representantes da União devem negociar a venda de 30 propriedades que hoje estão em poder dos índios. A aldeia Buriti (localizada entre Sidrolândia em Dois Irmãos do Buriti) possui atualmente 2 mil hectares, porém, indígenas e a Funai querem o aumento de mais 15 mil hectares, totalizando 17 mil.


Para a Famasul, o adiamento do fim das negociações para além do prazo estipulado pelo próprio Governo federal consistiu uma manobra que, segundo a entidade, teve a finalidade de "desviar o foco e foi um desrespeito aos produtores, cidadãos brasileiros, que vivem a violência de terem suas propriedades invadidas e a insegurança da constante ameaça de novas invasões."


Tal qual a política romana do "pão e circo", parece que, mais uma vez, a Copa do Mundo serve a propósitos colaterais, além do mero entretenimento: esconder, mascarar ou adiar resoluções tão importantes para que a brutalidade no campo seja página virada e uma dolorosa lição para ambos os lados. O triste episódio da reintegração de posse da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, ocorrido no dia 30 de maio do ano passado, parece não ter despertado suficientemente o interesse da União.


Passou o bastão - A reunião da sexta-feira (13) foi desastrosa para os produtores rurais. O Ministério da Justiça recomendou a produção de um laudo referente ao valor das terras ocupadas e pretendidas pelos índios terena. Contudo, apesar do setor produtivo alegar que o valor apresentado está abaixo do valor de mercado, mais uma vez não houve acordo. A nota ainda esclarece que "é inadmissível que os representantes do Governo federal recusem um documento que o próprio Ministério da Justiça recomendou e que demandou tempo, esforço e recursos para ser elaborado!"


De ombros – No dia 05 de dezembro de 2013, a equipe de reportagem do TopMídia News esteve na audiência pública sobre Paz no Campo e, coincidentemente, a Funai recusou o convite para debater o assunto. O encontro aconteceu na Câmara Municipal de Campo Grande e contou com a presença de entidades agropecuárias, representantes dos produtores rurais e dos Poderes Legislativos municipal e estadual.


Invariavelmente, protestos deverão acontecer novamente. Foto: Geovanni Gomes

 Funai declina convite e não participa de audiência pública sobre Paz no Campo. Foto: Geovanni Gomes

 

O secretário da Famasul, Ruy Facchini, afirmou na ocasião que o saldo dos conflitos rurais em MS é de estagnação para a economia. "É preciso ficar claro que o produtor quer apenas trabalhar e não se envolver em conflitos ou enfrentamentos. Agora, chamar o movimento dos produtores de milícia é desrespeitoso. Acredito que seja a intenção de grupos que querem ver nosso Estado afundar. Então se existe um problema, este é o momento para discutir e resolver", frisou.

Após seis meses de discussões, o momento para resolver a situação lamentavelmente ainda não chegou. Ao que se percebe, se o fato ficar apenas na dependência do Governo federal, dificilmente haverá acordo. Diante da crise, eis que ambos os lados (sobretudo os produtores) aguardam com fé inabalável o engajamento da sociedade civil organizada.

Siga o TopMídiaNews no , e e fique por dentro do que acontece em Mato Grosso do Sul.
Loading

Carregando Comentários...

Veja também

Ver Mais notícias