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Economia

Vilão da inflação em 2013, tomate teve queda de 8% em janeiro

Hortifrutigranjeiros

30 janeiro 2014 - 19h20Por O Estado de São Paulo

O tomate, um dos vilões da inflação de 2013, volta a chamar a atenção, só que desta vez por apresentar queda de preços - tanto no atacado como no varejo. No âmbito do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de janeiro, o tomate vendido pelo produtor ficou cerca de 14% mais barato, o que representou uma economia de cerca de 8% para o consumidor.

 

O produto chegou a acumular alta de 51,6% no ano passado até fevereiro e virou piada. Apesar disso, o tomate ficou fora das dez maiores altas dos alimentos em 2013. Mas passou perto: subiu 14,74% e ocupou o 11º lugar, atrás do pão francês. (Relembre na galeria acima as piadas sobre os altos preços do tomate ao longo de 2013.)

 

A despeito da aceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) entre dezembro e janeiro, de 0,69% para 0,87%, o tomate, junto com outros alimentos in natura, manteve o segmento de hortaliças e legumes no campo negativo (de -6,52% para -3,81%), movimento considerado inesperado para esta época do ano.

 

"O IPC de janeiro não foi tão alto como o de janeiro de 2013 (0,98%), quando tivemos um início de ano muito conturbado e que nos fazia sempre lembrar do tomate. Mas não foi só o tomate que ajudou, não", avaliou o superintendente de Inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas, Salomão Quadros.

 

A batata-inglesa também ficou mais em conta no período, ao sair de uma alta de 6,47% para um aumento bem menos intenso, de 0,26%. A expectativa, conforme Quadros, é de queda. No atacado, o preço está caindo mais de 16%. "É possível que (o recuo) seja prolongado", estimou.

 

Cebola, o novo tomate. Ao contrário do tomate, segundo o economista, o vilão desta vez parece ser a cebola, que subiu 25,81% este mês, após 7,81% em dezembro. "A queda do tomate é um fato muito incomum. É mais raro do que ano bissexto", brincou.

 

Já a carne bovina subiu 3,24% no varejo no primeiro mês de 2014, ante 1,60%. O aumento, contudo, pode perder força e aliviar o IPC nos próximos meses, já que no atacado o movimento vai na contramão, disse Quadros. "No IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) está desacelerando a alta. Acredito que logo chegue ao varejo", afirmou.

 

Na visão do economista do Ibre/FGV, a tendência é que a deflação captada no atacado, principalmente das matérias-primas brutas agropecuárias, atinja o varejo até março. De acordo com a FGV, no estágio inicial da produção, houve recuo significativo da soja em grão, de elevação de 2,20% para declínio de 5,38%; e do leite in natura de baixa de 2,87% para retração de 6,84%. Além disso, o milho em grão diminuiu o ritmo de elevação, de 5,93% para 3,27% em dezembro.

 

Segundo Quadros, a desaceleração esperada no varejo pode vir por meio de três frentes. "Dos derivados do trigo, das carnes em geral e do óleo de soja", disse.

 

Fonte: O Estado de São Paulo