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01/02/2014 12:10

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Artista plástico do Aerorancho, Levi Batista embeleza Capital com esculturas

Especial Grandes Regiões

Uma das personalidades mais representativas da região do Aerorancho é o artista plástico Levi Batista, 52 anos, morador no Jardim das Hortênsias II e que ganhou fama após ter esculpido os itens que compõem a Praça Manoel de Barros, no paço municipal de Campo Grande.

 

Natural de Culturama, distrito de Fátima do Sul, Batista mora em Campo Grande desde 1971 e foi o único artista regional a produzir esculturas em outro Estado, no caso, no Paraná.  Na cidade de Araruna ele construiu uma Arara de 13,7 metros de largura (asas) por 12,4 de comprimento (da cauda ao bico) e também uma fonte e gruta para imagem da padroeira Nossa Senhora do Rocio, onde aproveitou para presentear os paranaenses com a imagem de um tuiuiú.

 

“Foi um dos meus maiores trabalhos e é motivo de grande satisfação, assim como a Praça do Manoel de Barros. Gosto de passar por lá e me sentar próximo para observar a reação das pessoas, elas realmente gostam do trabalho. As crianças são as mais empolgadas e não saem de lá sem antes tirar uma foto com o poeta”, comenta bem humorado.

 

Segundo o artista, a facilidade com as artes plásticas começou ainda na infância, quando acompanhava à mãe que ia lavar roupa no córrego. “Minha mãe nos levava para ajudá-la carregando as roupas e nos intervalos eu cavava argila das margens e modelava bois e outros animais da roça. Na escola, adorava desenhar e a professora até brigava comigo, pois achava que ia prejudicar meus estudos”, relembra.

 

Apesar do talento nato, Levi Batista é autodidata e afirma que cursou apenas os três primeiros anos do ensino fundamental. “Minha mãe estimulava muito, mas, depois que ela morreu, eu e meus irmãos mais velhos tínhamos que trabalhar para ajudar nosso pai”, ressaltou contando que teve 20 irmãos, dos quais 11 estão vivos.

 

Trajetória Profissional – Levi detalhou que ao chegar a Campo Grande foi trabalhar com um senhor que cultivava hortaliças no Aerorancho. “Naquela época era o que sabíamos fazer, trabalhar na roça. Quando cresci, meu primeiro emprego foi no extinto Cine Acapulco, no centro da cidade. Lá eu fui faxineiro, porteiro e depois letreiro. Aprendi com o cartazista dos cinemas Alhambra e Santa Helena a produzir os cartazes dos filmes em exibição. Na verdade, eu aprendi sozinho a ser letrista, mas só trabalhava em preto e branco. O ‘Índio’ como o chamavam me mostrou como utilizar as cores, mas fui desenvolvendo sozinho meu trabalho”.

 

Há cinco anos, o artista criou um espaço chamado “Associação Cultural Levi Batista”, onde oferece trabalho voluntário, ensinando gratuitamente modelagem em argila, arranjo de flores, entre outros tipos de artesanato. Outro trabalho que leva muito a sério é o apoio que dá aos amigos da escola de samba Unidos do Aerorancho e está auxiliando a compor um dos carros alegóricos, onde será representada a Santa Ceia, esculpida em isopor.

 

“Todo trabalho que faço aplico muito amor, muita dedicação e ajudar as pessoas na associação é uma destas formas. Muitas pessoas que participam dos cursos estão se reabilitando de doenças como câncer e depressão e isso faz muito bem, como uma terapia ocupacional. Pena que até hoje não consegui tornar a associação de utilidade pública, pois, se conseguisse poderia ajudar muito mais pessoas”, declarou.

 

E os projetos do escultor não param, já que ele está construindo duas araras no terreno do Hospital do Câncer, localizado na Avenida Norte-Sul. “Estou homenageando a ave símbolo de nossa Capital que é a Arara Canindé, estou construindo duas e não estou cobrando. Fico feliz em realizar este serviço com meus próprios recursos”, alegou.

 

 

Na avaliação de Batista é preciso viver e retratar com intensidade cada momento da vida, pois, esta é a marca que cada ser humano deixa. “Cada pessoa que passa pela minha vida leva um pouco de mim e deixa um pouco dela comigo. Esta é minha maior alegria, conhecer pessoas, trocar experiências e deixar com que elas levem meu trabalho adiante. Muita gente não acredita que sou eu o autor da Praça Manoel de Barros”, finaliza divertido.

 

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