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Especial Dia da Mulher

08/03/2017 13:30

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Perder seu grande protetor fez Denise dar uma guinada e cuidar da beleza de outras mulheres

Criada com superproteção ela é uma "feminista que ama os homens" e viu no próprio cabelo crespo, o sonho de mudar de profissão

Ainda tratada como uma “menininha” pelo pai, Denise Macedo viu seu grande protetor partir. Para ela, essa foi a maior dor que já sentiu no mundo. O pai morreu em um acidente aéreo, trabalhando, e foi bastante julgado. 

A dor da morte fez com que ela crescesse. Já formada, ela resolveu olhar para trás e buscar na infância a grande vontade da sua vida. Ser cabeleireira. Hoje, aos 33 anos, casada com Gesiel e mãe de Alícia de seis anos, Denise acredita que se encontrou. 

“Somos em três filhas mulheres, como meus pais não tinham dinheiro para bancar salão pra todo mundo, e éramos muito vaidosas, desde cedo aprendemos a cuidar dos nossos cabelo e do cabelo uma das outras, no meu caso, eu cuidava mais do cabelo das minhas irmãs do que elas do meu , porque eu amava meche com cabelo. Ainda criança de idade e boa parte infância, minha maior alegria era quando minha vó deixava eu pentear os cabelos dela, ela deixava acredita? Era muito boazinha, a gente jogava as bonecas longe e o rolo começava, porque imagine, as três queriam pentear a vó, e sempre que era minha vez de pentear a vó, ela me elogiava muito e dizia que um dia eu ia saber cuidar do meu próprio cabelo e ele ia ser lindo”, conta sobre as lembranças. 

Dona de um cabelo bem crespo, o choro era constante. “Meu cabelo sempre muito crespo, era um parto para as duas pentearem porque eu chorava muito, duas irmãs de cabelo liso, e a forma q elas me consolavam eram falando que quando eu crescer eu ia saber cuidar e ia ser lindo, tadinhas fizeram eu achar q meu cabelo era feio, mesmo sem querer, tentando me ajudar”, relembra as gargalhadas. 

"Fazer faculdade não é garantia de sucesso", acredita

A vida, melhorou bastante, mas o pai, queria que ela fizesse faculdade. “Graças a Deus as coisas melhoraram e a vida me proporcionou a benção de cursar duas faculdades, mas não era isso, não era isso que eu queria, lembrei que na adolescência surgiu a oportunidade de fazer um curso de cabeleireira gratuito, mas o curso era muito longe, eu e minha amiga Juliana Lucena, que hoje advogada, não tínhamos condições de pagar dois passes e então metade do percurso era a pé mesmo, camelávamos no solzão na maior alegria, porque a gente amava ir pro curso. Não demorou muito e meu pai me cortou de fazer o curso, na época fiquei louca de raiva” lembra ela, sobre a superproteção que recebi. 

Mas ser mãe, a fez entender. “Hoje eu entendo a superproteção porque virei mãe né, então era absurdo demais, jamais deixaria a Alicia fazer aquele percurso. Mas enfim... depois que  formei, me deparei com a insatisfação de uma carreira que não era minha paixão, e que diploma nem sempre te garante que vai vencer na vida”, acredita. 

Denise é puro bom humor, magrinha, baixinha, quando pega um cabelão, tem gente que nem acredita que ela transforma as pessoas. Mas não foi fácil, ter o próprio negócio. “Casei, engravidei, a Alicia nasceu, e com ela bebezinha decidi que ia ser cabeleireira. Me candidatei a vaga no Senac que demorou muito para sair, esperei primeiro a Alicia completar um ano de idade, quando ela tinha 1 ano e meio eu chamada para o curso, lembro da minha alegria e empolgação na hora da matricula, coração na boca, era realmente o que eu queria, lembro do primeiro dia de curso, lembro de todos os dias voltar flutuando para casa, foi um antidepressivo maravilhoso, ajudou a superar a perda do meu pai. Deus é muito bom, hoje trabalho com o que eu amo, ralo feito uma louca, mas a canseira é deliciosa, sabe quando você dança na balada a noite toda, se cansa muito, mas é delicia, isso é trabalhar com o que se ama”, compara. 

Ainda assim, apesar de hoje ter um estúdio de beleza reconhecido, ser alguém que o mercado disputa, ela confessa que já passou do ponto. “Já aconteceu de passar do ponto, cheguei num nível de stress absurdo por conta de não gostar de mexer com dinheiro e com a administração do salão, chefe também é gente”, conta ela, que começou com um lavatório nos fundos de casa e um espelho na sala onde recebias as visitas. 

“É bom trabalhar e ser dona do próprio negócio, mas meu dom é ser cabeleireira e nada mais, isso fez eu ir pedir emprego em outro salão, cheguei a colocar o meu a venda porque não queria cuidar mesmo, queria só fazer cabelo, porque eu não queria de jeito nenhum estar na frente de ninguém, gosto de ser amiga de quem trabalha comigo e preservo isso até hoje, mas graças a Deus meu marido assumiu essa parte e eu voltei a ter prazer em ter o meu próprio salão”, explica, deixando claro, que o marido, é parte essencial para o sucesso de seu negócio. 

A feminista que ama o jeito de homens lidarem com a vida

Criada cheia de proteção, ela se tornou um mulherão. “Sou uma feminista que defende todos os direitos possíveis para as mulheres, passamos por perrengues terríveis desde o momento em que desde nossa primeira menstruarão, até o dia em que chegam os filhos e só aumentam os trabalhos. Mas em contrapartida eu sou apaixonada pelos meninos, eu quero ter um menino. Sempre dei preferência pelos meus amigos homens na faculdade, nos trabalhos, porque eu amo cabeça pratica deles e os papos, as meninas legais, mais homem é simplão, se você  xinga e manda ir praquele lugar continuam brother, já as meninas são frágeis e literalmente pisamos em ovos para não magoar”, acredita. 

Caso fosse homem por um dia, ela agradeceria a Deus. “Ah, se eu fosse homem eu agradeceria todos os dias o dom de Deus, por ser capaz de ser pai sem precisar ter um útero, por ver o bebê se desenvolver forte sem precisar dar os seios, por não precisar sentar em um banheiro podre quando a necessidade apertar. Agradeceria pela genética mais forte, agradeceria todos os dias e amaria mais minha mulher por ela ser tão forte e guerreira, valorizaria muito uma mulher! Amaria muito! Mães de meninos, ensinem isso, não mimem, ensinem eles a valorizarem.... homens, valorizem sua mulher! Sua mãe, sua irmã... é muito difícil”, aconselha aos risos. 

Aumentar os salários e valorizar os professores, esse seria seu ato presidencial
“Professor ia ser a profissão mais disputada, pois o salário ia ser o maior da história, educação é tudo, apenas mal educados corrompem”, diz taxativa. 

A vida ensina


“Bom, ser mãe é a maior responsabilidade da vida, é difícil demais ser responsável totalmente por alguém e não posso deixar de citar que com certeza ser subestimada por homem. Isso é complicado, porque eu aprendi com a vida que somos capazes de tudo”, garante. 

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