Menu
sexta, 29 de março de 2024 Campo Grande/MS
GOVERNO MARÇO 2024 2
Especiais

Apesar de limitações, vovôs do asilo São João Bosco fazem questão de manter os sonhos vivos

Principais desejos são de recuperar a saúde e voltar à terra natal

19 março 2018 - 15h12Por Thiago de Souza

Vovôs e vovós que moram no asilo São João Bosco, em Campo Grande, compartilham seus sonhos e mantêm a esperança de realizar aquilo que querem. Muitos desejam recuperar a saúde. Outros voltar à terra natal e há até quem queira ficar no local, que já considera como casa.

O TopMídiaNews passou uma tarde com os agradáveis moradores do recanto, que fica no bairro Tiradentes, região leste da Capital. Sempre simpáticos, apesar dos problemas de saúde, eles nos receberam com muito carinho.

Maria José quer sonha em passar um ano no Recife e voltar para o asilo. (Foto: Wesley Ortiz)

A primeira conversa foi com uma pernambucana 'porreta'. Maria José do Nascimento, 64 anos, respondia a tudo de pronto e com muita firmeza.
Diz gostar de todo mundo no asilo e ali achou amigos para conversar bastante. Adora ouvir 'Detalhes', do rei Roberto Carlos. Sua maior felicidade é receber a visita dos parentes nas festas de Natal, ano novo e aniversários. Mas também gosta muito de dormir, admite.  

Maria José lembra que o dia mais feliz da vida dela foi o nascimento do filho, que é advogado e trabalha em Dourados. A visita da neta, Maria Fernanda, também lhe faz muito bem. A pernambucana está há três anos no local e tem dois sonhos. ''Sonho em ter uma vida tranquila e voltar a Recife, porque faz quatro anos que não vou lá'', explicou Maria José.

Sonho de Gertrudes é ter saúde e fazer 'um monte de coisa'. (Foto: Wesley Ortiz)

Doçura

Quem nos recebeu com um largo sorriso foi dona Gertrudes, 70 anos, mineira de Adamantina, que vive por ali há três anos. A dificuldade na fala não a impede de demonstrar toda sua doçura. O passatempo preferido dela é fazer tapetes de crochê.

O sonho de Gertrudes é ter a saúde de volta para poder fazer 'um monte de coisas' e ficar ali mesmo. Ela diz gostar de varrer e limpar louça. O ponto alto na vida dela são as festas, feitas por grupos de voluntários, além da visita da neta de um ano, a Flávia.

''É festa no salão, aniversário. O pessoal toca violão pra gente'', conta Gertrudes.  Além disso, a vovó se dedica a ir à capela São João Bosco, ali mesmo no asilo. Com muita simpatia, conta que é levada para churrascos e passeios.

Limo Lima mantém esperança de se curar e voltar para Amambai. (Foto: Wesley Ortiz)

Cheirinho de casa

O Amambaiense Lino Lima, 69 anos, chegou ao asilo em 2006. Ele fazia cerca em uma fazenda e, certo dia, se abaixou para atravessar um córrego. Horas depois se sentou para tomar um tereré e não sentiu mais o corpo. O problema foi tão sério que ele ficou no ‘carrinho de roda’, como diz Lino.

No entanto, Lino não perde a fé e o sonho hoje é voltar para Amambai e sentir o cheirinho de casa. "Graças a Deus 'tô' recuperando. 'Tô' melhorando, em vista do que eu 'tava'’’, constata o homem.

Apesar das limitações e de usar muletas, Lino é que tomava conta da horta do asilo, que hoje foi desativada. Às vezes joga truco, conversa e relembra as coisas boas da vida. "A gente sente saudade, né?". Também muito simpático, diz que o convívio no asilo é muito bom.

O dia de visita também é de alegria para Lino. Ele tem filhos no Paraguai, em Bela Vista e aqui. Um deles, que mora em Campo Grande, o visita com frequência, aos finais de semana.