A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, teria enviado emissários do Ministério para impedir o aborto legal de uma menina de dez anos, que engravidou ao ser estuprada pelo tio, durante quatro anos seguidos no Espírito Santo. O caso chocou pela crueldade com a vítima. 

A informação foi trazida pela Folha de São Paulo. O plano, diz o site, era transferir a menina do local onde ela morava, em São Mateus (ES), para um hospital em Jacareí (SP). O desejo da ministra era optar para que a gestação de alto risco seguisse até a possibilidade de fazer uma cesárea, em razão do corpo frágil da vítima. 

Ainda de acordo com a Folha, para isso, Damares teria enviado uma equipe à cidade capixaba com membros da pasta e aliados políticos, que tiveram uma série de reuniões com conselheiros tutelares em que teriam oferecido benfeitorias ao órgão, como um “kit Renegade” (carro da marca Jeep, avaliado em R$ 70.000, mais equipamentos de infraestrutura para o local) e a instalação de mais um conselho tutelar na cidade, para barrarem o procedimento.

Pessoas ligadas ao processo afirmam que os enviados da ministra seriam responsáveis por vazar o nome e o endereço da menina, além do hospital onde o aborto seria realizado, à ativista de direita Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, responsável pela divulgação dos dados na internet.