Manuela Queroz Vcentini, 19 anos, que estava grávida de cinco meses, morreu vítima de um acidente de trânsito no mês de abril. Mas um fato inusitado envolvendo a vítima ocorreu dois meses depois de sua morte. Ela foi intimada a comparecer a uma delegacia, junto ao seu marido, para prestar esclarecimentos sobre um possível caso de agressão envolvendo o condutor do segundo veículo envolvido no acidente que tirou a vida da jovem, no bairro Boqueirão, em Curitiba.
Segundo o Uol, a jovem morreu quatro dias após ser socorrida a um hospital local. Segundo as investigações, o carro dirigido por Samuel Alisson Soares Barbosa teria furado a preferencial. Em seguida, o veículo atingiu o carro em que estava a família de Vicentini. Carlos Daniel, que dirigia o veículo, sobreviveu.
"Recebemos uma intimação para ser testemunha de um fato que não ocorreu. O causador do acidente alega que foi agredido pelos policiais e está tentando desviar o foco do crime que matou minha mulher e meu filho. É inacreditável isso que aconteceu", disse o víuvo de Manuela.
Após receberem o documento, os familiares da jovem foram até o 7° Distrito Policial de Curitiba e informaram que Manuela estava morta. "Como a delegacia não sabe que ela faleceu? A única coisa que falaram é que foi um erro de digitação. O motorista continua solto, só recolheram a carteira de habilitação dele até agora", diz Carlos Daniel.
Ainda segundo o UOL, o delegado titular do 7° Distrito, Nasser Salmen, reconheceu o erro. "A Polícia Civil do Paraná pede humildemente desculpas aos familiares. Não houve má-fé e desrespeito no caso da jovem que faleceu. No sistema da Polícia Civil não aparece a atualização do óbito dela, já que ela morreu no hospital e não no local do acidente. Jamais faríamos isso. Somos seres humanos e cometemos erros. Não tínhamos informações e é um equívoco justificável".
O motorista suspeito de provocar o acidente chegou a ser preso, mas foi solto no mesmo dia.
"O Samuel informou em audiência de custódia que teria apanhado no local do acidente. Isso ainda é apurado. Em relação à morte, a ação penal não começou ainda e ele responde em liberdade, cumprindo algumas medidas cautelares. Agora, estamos aguardando o Ministério Público do Paraná oferecer denúncia ou não sobre o caso", explica Ryan Antunes de Sá, advogado de Samuel Barbosa.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública esclarece que "as polícias do Paraná atuam em todos os casos de denúncias de irregularidades cometidas por policiais. Nos casos em que são comprovados desvios de conduta, os servidores são julgados e punidos de acordo com a legislação vigente".