O Facebook bloqueou neste sábado (5), a difusão ao vivo dos últimos momentos de vida do francês Alain Cocq, que padece de uma doença incurável e teria decidido chamar atenção para sua morte, com transmissão ao vivo na rede social.
"Embora respeitemos sua decisão de chamar a atenção para este assunto complexo, com base no conselho de especialistas tomamos medidas para impedir a transmissão ao vivo na conta de Alain, pois nossas regras não permitem a representação de tentativas de suicídio", declarou um porta-voz do Facebook à AFP.
De acordo com o G1, ele anunciou em vídeo que tinha parado de se tratar, se alimentar e hidratar, permitindo-se morrer ao vivo para denunciar as atuais leis sobre a morte digna na França.
Poucas horas depois, quando estava prestes a publicar um novo vídeo, Alain Cocq anunciou: "O Facebook está bloqueando minha transmissão de vídeo até 8 de setembro".
"Julguem por vocês mesmos", escreveu este homem de 57 anos, dirigindo-se a seus seguidores, antes de dar o endereço do Facebook França em Paris para "que façam com que saibam o que pensam de seus métodos para impedir a liberdade de expressão".
Paralisado por dores incessantes há 34 anos, condenado a permanecer na cama, Cocq gostaria de receber uma sedação profunda, algo que a lei francesa não permite, exceto quando se está a poucas horas da morte certa.
Ele havia escrito ao presidente Emmanuel Macron para autorizar um médico a prescrever um barbitúrico e "partir em paz".
"Como não estou acima da lei, não posso concordar com sua exigência", disse Macron em uma carta enviada a Cocq e da qual a AFP obteve uma cópia.
"Não posso pedir a alguém que ignore o atual quadro jurídico", acrescentou o presidente.
Com a resposta de Macon, Cocq confirmou sua intenção de morrer parando de se alimentar, hidratar e tratar, a não ser para aliviar a dor.