A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, se manifestou sobre o bate-boca envolvendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e parlamentares durante uma audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado. A titular da pasta abandonou a sessão após ouvir do senador Marcos Rogério (PL-RO) que ela deveria “se colocar no seu lugar”.
A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, se manifestou sobre o bate-boca envolvendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e parlamentares durante uma audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado. A titular da pasta abandonou a sessão após ouvir do senador Marcos Rogério (PL-RO) que ela deveria “se colocar no seu lugar”.
“Marina Silva é uma ministra que merece extremo respeito. Implantou políticas que contribuíram significativamente para o desmatamento em nosso país, e seu dedicado trabalho torna o Brasil cada vez mais referência nas ações de combate às mudanças climáticas”, escreveu a primeira-dama.
“Sua bravura nos inspira e sua trajetória nos orgulha imensamente. Uma mulher reconhecida mundialmente por sua atuação com relação à preservação ambiental jamais se curvará a um bando de misóginos que não têm a decência de encarar uma ministra da sua grandeza”, prosseguiu.
Entenda o que aconteceu
Marina Silva participou de uma audiência na Comissão de Infraestrutura no Senado Federal para debater a criação de unidades de conservação na região Norte. Durante a sessão, a ministra teve episódios seguidos de desentendimentos com senadores.
Omar Aziz questionou o trabalho realizado por Marina em relação a obra de pavimentação da BR-319, acusou a ministra de “atrapalhar” o desenvolvimento do país e questionou os dados ambientais apresentados pelo Ministério do Meio Ambiente.
Já Marcos Rogério (PL-RO), presidente do colegiado, cortou o microfone da ministra em diversos momentos. Ao ser confrontado por Marina, o senador disse: “Me respeite, ministra, se ponha no teu lugar”.
Senador Plínio Valério (PSDB-AM) disse que “a mulher merece respeito, a ministra não”. Marina então exigiu um pedido de desculpas, que não foi atendido e a ministra decidiu por se retirar do local.
Após o caso, ministras do governo também prestaram apoio a Marina. A chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, se solidarizou.
“Inadmissível o comportamento do presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, Marcos Rogério, e do senador Plínio Valério, na audiência de hoje com a ministra Marina Silva. Totalmente ofensivos e desrespeitosos com a ministra, a mulher e a cidadã. Manifestamos repúdio aos agressores e total solidariedade do governo do presidente Lula à ministra Marina Silva”, reforçou Gleisi, em nota.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, classificou o ataque como “grave, lamentável, além de misógino”, e cobrou a responsabilização dos envolvidos.
“É um episódio muito grave e lamentável, além de misógino. Toda a minha solidariedade e apoio à Marina Silva, liderança política respeitada e uma referência em todo o mundo na pauta do meio ambiente. É preciso que haja retratação do que foi dito naquele espaço e que haja responsabilização para que isso não se repita”, frisou.