Médicos da rede pública do Amazonas denunciam pressão e até ameaças para receitarem o chamado ‘’kit covid’’, cesta de medicamentos contra o novo coronavírus, cuja eficácia ainda é motivo de discussão na comunidade científica.
Segundo colunista Diogo Schelp, do UOL, a cobrança de pacientes pelos medicamentos ganha embasamento no discurso de políticos e ainda de um ofício do Ministério da Saúde, enviado ao governo amazonense. Haveria ainda o incentivo para pacientes denunciarem os médicos ao Conselho Regional de Medicina do AM, além de processos judiciais contra quem se recusar a prescrever o kit.
‘’Os pacientes estão tomando os remédios sem eficácia em casa e, por acreditarem que estão se tratando, deixam de se preocupar com a saturação [de oxigênio] e acabam demorando para procurar um hospital’’, relatou a coluna.
Os profissionais também alertam para o uso da azitromicina em pacientes com casos leves, já que nesse estágio ainda não há infecção bacteriana e o uso pode causar o desenvolvimento de resistência bacteriana.
Dos remédios listados nos kits, apenas os antitérmicos comuns como dipirona e paracetamol de fato são indicados em casos leves de covid-19.