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19/10/2018 10:57

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Peças artísticas são marcadas com suástica, “17”, “Bolsonaro” e ilustrações obscenas na UEMS

Campanha artística em alusão ao Outubro Rosa foi danificada por manifestantes contrários às ideias apresentadas nas peças

Na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, uma campanha artística idealizada pelo Coletivo Feminino da UFGD e UEMS acabou danificada por manifestantes contrários às ideias apresentadas nas peças em Dourados. 

A campanha falava de assédio, Outubro Rosa e combate à violência, porém, em menos de 24h, segundo Bi Miura, 26, artista responsável por uma das obras, o painel de “lambe-lambe” já havia sido todo marcado com ditos “17”, “Bolsonaro”, ilustrações obscenas e até uma suástica, símbolo utilizado para referenciar adeptos ao nazismo de Adolf Hitler.

“Nessa semana, algumas meninas que fariam uma intervenção de lambe-lambe dentro da universidade pública de Dourados vieram me pedir autorização para usar alguns desenhos. É claro, eu disse. Em menos de 24h, a intervenção sofreu uma nova intervenção. Eu realmente espero que quem tenha feito isso, não imagine a importância desse desenho na minha vida, na vida de minha mãe e de tantas outras mulheres brasileiras”, afirmou Bi Miura em seu perfil no Facebook. 

O desenho ao qual a jovem se refere teve uma repercussão nacional ao ser compartilhado no perfil no Instagram da revista Marie Claire BR. Ele foi criado após a mãe de Bi Miura ser diagnosticada com câncer de mama. A peça retrata uma mulher submetida à cirurgia para retirada da mama com a frase: “Bonita é a mulher que luta. Formosura”.

A artista lamentou o fato e disse esperar que “quem tenha feito isso, não conheça realmente o que a suástica representa, e seu peso histórico. Eu realmente espero que quem tenha feito isso, tenha feito em tom de brincadeira, mesmo sendo de extremo mau gosto”.

O painel de “lambe-lambe”, como é chamada a exposição artística, fazia parte de uma campanha contra o assédio nas universidades. Ele foi instalado às 8h do dia 17 em um tapume de obras presente no pátio da UEMS. 

“Eu acho que respeito às opiniões é o mínimo que esperamos em uma sociedade. Qualquer incitação à violência deve ser repudiado”, disse a artista. Ela também contou que o caso será levado ao Ministério Público Federal. 

UEMS

Na manhã desta sexta-feira (19) a assessoria de comunicação da UEMS afirmou que logo após a manifestação sobre as peças, alunos da universidade inseriram novas obras sobre as marcas deixadas. 

Em nota, a universidade afirmou “posicionamento contra quaisquer manifestações de  
desrespeito, violência e intolerância em suas dependências, tanto na  
cidade de Dourados, onde está localizada a sede, quanto em suas outras  
14 Unidades Universitárias”. 

Além disso, a UEMS ressaltou também a importância do ensino superior na formação de uma sociedade inclusiva. Considerando o atual cenário nacional, “a UEMS reafirma o seu posicionamento em prol da ética, da moralidade, da diversidade, da pluralidade de pensamento, dos direitos humanos e, principalmente, da democracia”.

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