Dois policiais miliares foram indiciados por homicídio, contra o barbeiro Chris Wallace da Silva, 24 anos, em novembro deste ano, em Goiânia. O jovem, que foi espancado, tinha câncer e morreu seis dias depois, no hospital.
A Polícia Civil ainda pediu a prisão preventiva dos militares, sendo que um deles teria entrado em contato com a irmã da vítima. Para o delegado do caso, Ernane Cázer, os suspeitos intimidaram uma testemunha e podem continuar a agir para prejudicar a investigação.
Crime
Segundo o G1, para Cázer, a investigação concluiu que os PMs assumiram o risco de matar Chris, mesmo sem intenção, e que o laudo cadavérico apontou lesões contundentes, que causaram traumatismo craniano na vítima.
Morte
No dia 10 de novembro, Chris saiu de casa para comprar refrigerante em uma distribuidora de bebidas. Na mesma rua onde morava, foi abordado por uma viatura da PM, no residencial Fidélis. O delegado revelou que o boletim de ocorrência traz a informação que o barbeiro avisou aos policiais que tinha câncer e pediu para não ser agredido em razão da saúde frágil, mas as agressões teriam continuado.
A mãe do barbeiro conta que o filho chegou desesperado em casa, entrou no banheiro, teve convulsões e vomitou sangue.
O relatório médico atestou que Wallace teve traumatismo na cabeça por espancamento, contusões no abdômen e nos pulmões. O jovem precisou ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva, mas não resistiu e morreu seis dias depois.
O advogado da família do barbeiro disse que imagens de uma câmera de segurança mostram Chris e um amigo e depois a viatura voltando, na mesma rua.
A família conta que Chris sofria de mieloma múltiplo, tipo de câncer nos ossos, desde os 14 anos. Ele sentia muitas dores e isso o impedia de estudar.
A defesa dos policiais indiciados disse que a prisão é prematura e que a liberdade deles não representa riscos ao processo. Os advogados destacaram ainda que os dois têm endereço fixo e não foram denunciados à Justiça.
‘’A regra constitucional é da presunção da inocência do cidadão, não se admitindo antecipação de qualquer tipo de punição, sem que se tenha tido um processo no qual seja assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa’’, dizem os defensores.