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03/02/2022 20:48

Professor da UFMS auxilia na localização de ossadas da guerra civil de Angola

A descoberta começou na sala de aula do geógrafo Ary Rezende Filho

Uma cooperação brasileira se tornou a ferramenta mais recente para ajudar a solucionar uma demanda antiga de familiares de vítimas da guerra civil, na Angola. 

A aplicação foi desenvolvida em Mato Grosso do Sul, através de uma tecnologia canadense que já foi usada para mapear nove possíveis locais com ossadas do período.

Segundo o site Folha de São Paulo, a descoberta começou na sala de aula do geógrafo Ary Rezende Filho, professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) na cadeira de pedologia, ciência que estuda o solo. 

Durante o curso, ele sempre faz uma saída de campo para mostrar o uso de um aparelho, o EM 38-MK, que identifica modificações no solo. O professor adotava a máquina em seu estudo das lagoas salinas no Pantanal e levou a metodologia para os alunos.

Um deles, na turma de 2016, era o perito da Polícia Civil Cícero dos Santos. Na época, a corporação buscava os corpos das vítimas de um serial killer chamado Nando, que confessou ter matado 15 pessoas. 

Os relatos do criminoso não eram suficientes, e Cícero levantou a hipótese de que a máquina mostrada no curso de geografia poderia identificar uma alteração no solo que levasse a um cadáver. A ideia deu certo, e foi possível encontrar as vítimas que faltavam.

A situação virou tema de seu trabalho de conclusão de curso, orientado por Rezende, e ganhou espaço na mídia sul-mato-grossense à época. As notícias despertaram a atenção do angolano Hamilton Bonga, integrante da Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (Civicop), que buscava soluções para localizar ossadas de mortos na guerra civil.

Como se dera em Mato Grosso do Sul, escavações de sua equipe em locais indicados por relatos vinham acabando frustradas. Ele achou que a estratégia de Santos e Rezende poderia ajudar e, em novembro passado, após enfrentar dificuldades técnicas com o maquinário, levou o professor brasileiro para Angola.

O geógrafo ficou 30 dias no país africano mapeando terrenos indicados como possíveis locais de ossadas. Assim, chegou-se a nove prováveis valas —ainda não é possível saber se nelas há de fato corpos das vítimas nem quantos são. Isso porque o aparelho não funciona como um raio-x, que mostra o que está sob a terra. É preciso analisar o que o maquinário aponta, que se soma à avaliação de um especialista.

Nos nove potenciais locais com valas da guerra civil identificados por Rezende, ao menos uma ossada já foi confirmada, segundo Bonga.
 

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