Acordado por gritos, o diarista Bernardino de Jesus relata o desespero de um dos sobreviventes da tragédia do balão em Praia Grande (SC). A queda da estrutura em chamas no sábado (21) matou oito pessoas. Segundo a testemunha, ao G1, um dos treze sobreviventes corria pela rua em choque e se ajoelhou em frente a uma igreja.
Bernardino disse que estava dormindo quando ouviu a gritaria e decidiu sair de casa. Na rua ele encontrou um homem dizendo ter pulado do balão.
“Ele chegou aqui, saiu correndo, se ajoelhou na frente da igreja e rezava. Aí minha mulher estava aqui na área e veio com água e açúcar para ele. Até perguntei para ele se ele queria trocar a roupa e colocar uma roupa minha e ele disse que não queria. A gente deu um cobertor para ele e ele se enrolou", afirmou.
Ele não sabe a identidade do sobrevivente, mas relatou que pediu ajuda a um vizinho para levar o homem ao hospital.
Cinco dos 13 sobreviventes foram levados para um hospital de Praia Grande. Três tiveram ferimentos leves e outros dois, queimaduras de segundo grau, nas mãos e no rosto. Todos foram liberados no mesmo dia.
De acordo com o relato preliminar do piloto à polícia, ao perceberem o balão em chamas - que teriam começado no cesto - ele realizou uma manobra e aproximou o veículo do chão. Neste momento foi ordenado para que os passageiros saltassem, mas nem todos conseguiram sair.
Com o balão mais leve, a estrutura voltou a ganhar altitude e queimar rapidamente. Desesperadas, parte das vítimas saltou e o cesto, com as outras a bordo, caiu em alta velocidade. O voo durou só quatro minutos.
Neste domingo (22), o advogado do piloto afirmou que as causas do acidente só poderão ser confirmadas por meio de perícia. O defensor Clóvis Rogério também não confirmou as informações sobre a causa do incêndio.
A Polícia Civil investiga a dinâmica do acidente e a Agência Nacional de Aviação Civil informou que apura os desdobramentos. Das oito vítimas, quatro morreram carbonizadas e as outras quatro na queda.