A Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande recebe, em média, mil mulheres por mês. Todas elas vítimas de violência doméstica, que recebem atendimento em diversas áreas do poder público e serviços essenciais para cada caso.
De acordo com subsecretária da Mulher, Carla Stephanini, existem dois destaques no trabalho do órgão: o serviço de proteção e acolhimento que a Casa da Mulher Brasileira tem apresentado com a integração dos serviços, e a agilidade para quebrar o ciclo da violência contra a mulher.
A Casa foi a primeira a ser implantada no país pelo Governo Federal em 2015 e reestruturada em 2017, com o compromisso da prefeitura em gerir os serviços dentro de um trabalho integrado entre o Poder Judiciário, Secretarias Municipais e até participação de empresas privadas nos programas.
“Hoje, a Casa da Mulher é um modelo nacional e, inclusive, recebemos diversos países que observam nossos serviços como exemplo internacional. As capitais que não tem, querem uma Casa da Mulher como a nossa”, destacou.
Outro aspecto significativo é desenvolver a transversalidade das políticas públicas trabalhando nas estruturas fundamentais da sociedade. “Isso, nós temos conseguido na gestão, com trabalhos nas estruturas com as secretarias, por exemplo, a Secretaria de Educação com a formação dos docentes para trabalhar a questão da desigualdade de gênero, e do que isso reflete na violência doméstica familiar”, diz Stephanini.
A implementação de leis como o Agosto Lilás, difusão da Lei Maria da Penha nas escolas, formação de 100 médicos das UBS e enfermeiros, selo de certificação às empresas privadas e setores públicos que desenvolvam ações efetivas de igualdade no ambiente de trabalho e qualificação das vítimas desempregadas são exemplos dos programas da Subsecretaria.
A violência tem um impacto social e econômico na vida da mulher, por isso existe a necessidade da informação somada às políticas públicas, segundo a subsecretária.
“Temos que entender que existe um impacto direto da violência primeiramente na vítima, depois nas crianças, na família. Segundo no mundo do trabalho, que ela começa a faltar e acaba perdendo o emprego. Elas adoecem, tem a questão econômica quando ela depende totalmente do agressor, ou seja, o reflexo da violência doméstica muda a vida da mulher em todos os sentidos”, explicou.
Na Capital, lideranças das sete regiões da cidade devem participam de reuniões para combater a violência. A Subsecretaria da Mulher promove cursos de qualificação em parcerias com outros órgãos. Além disso, as empresas são orientadas a proporcionar orientações sobre violência doméstica aos funcionários e dar oportunidade às vítimas.