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“Violência contra a mulher é doença social e vivemos uma epidemia”, diz secretária

28 novembro 2015 - 15h58Por Portal Brasil

A secretária especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Meneccuci, considera uma “doença social” os casos de violência contra a mulher que persistem no País.

Balanço do Central de Atendimento à Mulher, o "Ligue 180", mostra que 179 relatos de violência foram feitos por dia, somente no primeiro semestre de 2015.

Em entrevista ao Portal Brasil, Eleonora afirmou que o Brasil vive uma epidemia. “Chamamos as doenças que acontecem em todas as regiões e todas as classes de epidemia. Não é diferente com este doença social que é a violência contra as mulheres”, disse.

O tema de redação do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) deste ano, que abordou a cultura da agressão contra a mulher, jogou mais luz sobre a questão.

E foi comemorado pela secretária. “Quase 7 milhões de pessoas, sendo que cerca de 44% são mulheres, pensando sobre a persistência da violência contra mulher é uma visibilidade jamais vista”.

Além disso, a secretária considera que a rede de discussão sobre o tema aumenta quando os candidatos voltam para casa e levam o assunto para debate na própria família.

Na opinião da secretária, o tema da agressão contra a mulher tem que sair do confinamento do movimento feminista, acadêmico e da gestão pública.

“Nós temos que ganhar corações e mentes na sociedade brasileira para quebrar a cultura que banaliza a violência como algo natural. Não é”, declarou.

Ela considera que outro aspecto importante, colocado em debate por conta do Enem, é justamente fazer várias mulheres, que presenciam a violência em seu dia a dia, refletirem.

“Vi na televisão depoimento de meninas que conheciam alguém que já sofreu com isso e como elas nunca tinham questionado.

A violência, por ser rotineira, torna-se normal. A redação do Enem pode mudar esse conceito para essas mulheres”, analisou.

Segundo estudo de 2013 realizado pelo Instituto Patrícia Galvão com o Data Popular, 54% dos brasileiros e brasileiras conhecem uma mulher que já foi agredida por um parceiro.

“Eu estou cada vez mais convicta que as mulheres estão denunciando cada vez mais porque estão acreditando na eficiência das políticas públicas, como a Lei Maria da Penha, e perdendo o medo e a vergonha”, finalizou a secretária.