O pedido de justiça pela suposta negligência médica em Bandeirantes ganhou coro ainda maior por parte de outros familiares do pequeno Arthur Rodrigues de Oliveira, de 6 anos, que faleceu no dia 28 de agosto. A família acusa enfermeiras e médico de não prestarem assistência para o menino que estava doente com pneumonia com derrame pleural.
Dessa vez, a avó do garoto, Nilza Ramos de Oliveira, explicou para a reportagem que está bastante revoltada e indignada com a situação envolvendo o neto e volta a cobrar por justiça para que o hospital arque com as consequências.
"Eu queria tanto fazer justiça pelo meu neto, que o prefeito não faz nada, ninguém faz nada", disse.
Ela conta que é candidata a vereadora de Bandeirantes, mas com tudo o que aconteceu, não têm conseguido sair para trabalhar em meio a perda do neto, que completou uma semana nesta quarta-feira (4).
"Eu tô muito revoltada, porque eu perdi meu neto, perdi minha mãe, meu pai, meu irmão e meu filho por causa desses médicos daqui da cidade", desabafou. Ela completou dizendo que outras pessoas também morreram em razão das supostas negligências.
"Eu sou uma avó que está indignada, é sem palavras"
A reportagem do TopMídiaNews já havia entrado em contato com a Secretaria de Saúde de Bandeirantes, contudo, não obteve respostas. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
Denúncia da mãe
Segundo o relato, no dia 23/8, o menino se consultou com o Dr. da clínica da família, ao qual teria dito que era apenas uma virose. “Eu não sou médica, confiei como muitas mães iriam e vão confiar, mas infelizmente a vontade dos especialistas foi pouca, até porque não são filhos deles que estão morrendo ou passando por aquela situação, então para eles pouco importa um bom atendimento”, disse a mãe.
Na sequência, o médico passou um soro com Buscopam e Bromopida. Além disso, ele também receitou um medicamento para dor de ouvido e soro para a criança tomar em casa. No dia anterior, a mulher conta que já tinha ido ao hospital durante a madrugada e as enfermeiras de plantão estavam dormindo, enquanto a criança, com fortes dores aguardava para ser atendida.
“Como ninguém veio nos atender fui para casa, mas minha vontade era meter o pé naquela porta da sala de triagem e fazer elas atenderem meu filho, mas como isso não é algo agradável a se fazer fui embora com o meu filho que estava com febre e dor”, explicou a mãe.
Já no dia seguinte, Catarina conta que voltou no hospital e o médico mal examinou o seu filho, onde foi receitado soro, Buscopan e Bromopida. “Novamente voltei com meu filho para casa. Ele estava tendo vômitos e com cheirinho ruim na boquinha e febre”, explica a mãe.
Ainda na mesma data, Catarina explica que sua mãe foi até o hospital com a criança e novamente continuaram dizendo que era virose e foi receitado os mesmos medicamentos que foram aplicados na veia.
No sábado (24) o menino foi novamente no período da manhã e da noite no hospital, onde tomou as mesmas medicações. Já no dia seguinte (25), o Arthur apresentava dificuldades para respirar, dor na barriga, cor amarelada e bastante abatido. Já na segunda vez que ele retornou ao hospital naquele dia, o médico de plantão decidiu transferir o menino para Campo Grande.
Ao dar entrada no Hospital Regional de Campo Grande, Catarina relata que o filho foi bem atendido, o médico que o atendeu examinou e constatou que ele estava com pneumonia com derrame pleural. Já na segunda-feira (26), Arthur sentia fortes dores, foram feitos novos exames e ele precisou passar por uma cirurgia no pulmão. Após a cirurgia, na manhã de terça-feira (27), a criança foi para o CTI (Centro de Terapiria Intesiva), apresentando melhoras.
A mãe conta que o filho ficou o dia todo bem, tirou a máscara de oxigênio para colocar o cateter, sendo liberado para tomar água e comer. Chegou a fazer uma chamada de vídeo com a mãe. Já na noite da última terça-feira (27), quando retornou para ficar com o filho, ele apresentou piora no seu estado de saúde.
“Quando cheguei ele ficou com a saturação muito baixa, oxigênio foi colocado novamente. Meu filho passou a madrugada toda sofrendo mesmo com medicamentos, os médicos colocaram sonda no nariz para retirar tudo que ele havia comido para aliviar também sua barriguinha, utilizou sonda para urinar, utilizou aparelho VNI que é um oxigênio bem mais forte que o normal”, disse Catarina.
Na manhã do dia seguinte, Catarina relata que a médica foi até o quarto e constatou que Arthur apresentava baixa saturação, pressão baixa e os batimentos do coração estava fraco. Imediatamente ele foi entubado, na sequência ele sofreu três paradas cardíacas e teve sua morte confirmada às 10h28 daquele dia.
“Antes de falecer foram feitos raio-x, onde constatou que os dois pulmões estavam comprometidos e fracos. Infelizmente os médicos do (Hospital Regional) fizeram tudo que puderam, me acolheram, me abraçaram, assim como as mães que estavam naquele CTI. Perdi meu filho por negligência médica e vou provar para todos”, relatou a mãe bastante emocionada.