Um grupo de 50 famílias, a maioria ex-acampados nas margens da BR-463, estão acampados desde ontem (10), o antigo terreno do Clube Atlético Douradense, na região do Jardim Clímax, em Dourados.

Por enquanto, os moradores realizam o processo de divisão dos lotes e afirmam que não deixarão o terreno. “Chegamos agora e vamos ficar. É direito nosso ter um lugar para morar. Já fizemos inscrições para conseguirmos nossas casas, mas até agora nada aconteceu”, resumiu Cleide Jesus Lima, 33.

Ela chegou ao antigo clube com cinco filhos com idade entre 9 e 17 anos e a cunhada e afirmou ter deixado o acampamento há alguns meses para residir de aluguel no mesmo bairro. Porém, com o trabalho de diarista e as crianças pequenas, não conseguiu pagar os R$ 200 pedidos pela dona do imóvel. “O aluguel é caro. Não tem como eu pagar”, contou. Questionada como fariam com as necessidades fisiológicas e para conseguir água, ela afirmou que ainda pensariam sobre o assunto, mas que um poço já vinha sendo cavado.

Ocupante do local há mais tempo, Maiane Daniele da Silva, 36, disse ter sido a ‘mentora’ da ocupação. Ela reside na sede do clube e afirmou ter chamado as pessoas por conta dos perigos na rodovia. “O pessoal convivia com perigo na BR. Lá passam caminhões, carros em alta velocidade. Quando chovia eles perdiam tudo. Este terreno está vazio, então os chamei para cá”, comentou.

Procurado no mesmo dia, o secretário municipal de planejamento, Gerson Schaustz, afirmou que as famílias não poderiam permanecer na área, porém, os moradores garantem que não sairão. “Pode vir polícia e prefeitura, não vamos sair daqui”, gritou uma das pessoas.