Uma adolescente de 13 anos era mantida em regime de escravidão por uma família de Três Lagoas. A adolescente é do Maranhão e foi levada para Três Lagoas há quatro anos, com a proposta de poder estudar e ter uma vida melhor.
O caso foi descoberto pelo Conselho Tutelar do município por meio de dois conselheiros que tiveram conhecimento sobre o fato. Segundo o site ExpressãoMS, Davis Martinelli e Mirian Herrera denunciaram o fato na manhã desta quinta-feira (24). Eles disseram que a garota recebia R$ 200 para realizar os trabalhos ordenados pela família.
A adolescente era mantida como empregada doméstica e babá de um bebê de cinco meses. Eles prometeram aos pais da criança que iriam proporcionar uma vida melhor a ela, como matriculá-la em uma boa escola e afins”, disse Martinelli.
Segundo a denúncia, a menina não foi matriculada e tinha que custear suas necessidades. "Ela teve um problema na visão e precisou de um óculos que custou R$ 180. O valor foi descontado em seu pagamento do mês e ela recebeu apenas R$ 20 como salário”, relatou o conselheiro.
O caso chegou ao conhecimento dos conselheiros depois que os vizinhos da família notaram que a garota não frequentava a escola. Conforme as informações, a família foi orientada a matricular a adolescente para evitar problemas com o Conselho Tutelar.
Seguindo as orientações dos vizinhos, a mulher procurou o Conselho para que conseguisse autorização para realizar a matrícula escolar. Ela veio até o conselho e solicitou o documento, mas como desconfiamos da situação pedimos a ela que trouxesse a menina”, afirmou.
Ao ser questionada sobre a forma como era tratada, a garota resistiu a princípio, mas acabou confessando que era mantida em regime de escravidão. Após obter a confirmação, os conselheiros solicitaram que ela fosse retirada da residência da família.
“Quando chegamos na casa para retirá-la, ela estava para fora da residência aguardando toda a família comer e só depois disso que ela poderia entrar e fazer a sua refeição com as sobras”, afirmou o conselheiro.
Após autorização judicial, a adolescente deve retornar para a família no Maranhão, no entanto, ela passará por acompanhamento de seis meses para que os conselheiros analisem as condições de sua família.