A Subseção da OAB-MS (Ordem dos Advogados) em Jardim decidiu não se manifestar oficialmente sobre o assassinato de Pedro Henrique Evangelista Bahia, 24 anos, morto a tiros na madrugada deste domingo (15). O caso ganhou repercussão durante todo o domingo pela forma como tudo aconteceu em uma casa de shows.
O presidente da subseção, Juliano Miranda, destacou que a instituição ainda não possui todos os detalhes e conhecimento dos fatos, ficando difícil até preparar uma forma de se pronunciar.
"Nós não podemos agir de ofício nessa situação. É difícil fazer um pronunciamento formal", disse em entrevista ao site Jardim MS News.
Miranda ainda afirmou que podem agir caso algum familiar procure a OAB-MS, provocando a abertura de contato com a comissão de diretos humanos.
Como advogado, o presidente declarou que prefere não comentar o caso envolvendo os policiais, se houve ou não excesso de conduta, mesmo que estivessem de folga. Segundo Juliano, não ter o conhecimento oficial dos fatos e tampouco as versões apresentadas dificulta realizar uma opinião.
"Seria mais coerente a gente aguardar as autoridades policiais fazerem as investigações. E depois, se eventualmente tivermos acesso ao processo, aos autos, aí sim pode fazer qualquer tipo de pronunciamento".
Afastados
Três militares envolvidos na morte de Pedro. A decisão foi do 11º Batalhão de Polícia Militar de Jardim.
O tenente-coronel Velasquez, comandante do 11º BPM na cidade, informou foi aberto um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias da morte. O prazo para concluir o procedimento é de 40 dias, disse o oficial ao Jardim MS News.
Velasquez destacou que tudo será apurado no inquérito, mas a princípio trata-se de uma fatalidade e ação legítima dos militares, já que Pedro estaria em surto. O comandante destacou que a vítima era de boa índole e filho de pessoas conhecidas na cidade.
Morte
Segundo testemunhas, Bahia estava no PUB quando teve um desentendimento e saiu do local, prometendo pegar uma arma e se vingar. A Polícia Militar teria procurado o rapaz pela cidade, tentando evitar que ele fizesse algo errado.
Conforme imagens de câmeras de segurança, Pedro voltou à boate, com uma arma em mãos, sendo repreendido por um homem que estava na calçada. Três policiais militares, de folga, que curtiam a casa noturna, foram avisados que havia um homem armado, fazendo ameaças a terceiros.
Ainda segundo o registro da imagem, um dos policiais vai em direção a Bahia, que aponta o armamento para o PM. O militar dá um tapa na mão do filho da secretária e nesse momento a arma dispara.
Em seguida, o policial atira, assim como o outro militar. Pedro cambaleia até cair atrás de um carro. Um dos militares puxa a arma de Pedro com o pé.
O filho da secretária foi socorrido ao Hospital Marechal Rondon, mas não resistiu. Um inquérito policial militar foi aberto para apurar as circunstâncias da ocorrência. No entanto, a princípio, a corporação trata o caso como intervenção legítima dos policiais.