A Polícia Civil recuperou R$ 32 milhões, dos cerca de R$ 50 milhões, desviados por uma funcionária de uma empresa de Dourados. O caso ocorreu em setembro de 2020 e parte do dinheiro foi enviado para mães de santo.
Conforme a investigação, comandada pela Delegacia Especializada em Crimes de Fronteira, a Defron, o montante recuperado está entre imóveis e carros de luxo.
O caso
Em setembro de 2020, funcionária de uma grande empresa do agronegócio da cidade, foi até a delegacia denunciar que sofria extorsão de mães de santo, que moravam em São Paulo.
Na versão da suposta vítima, ela havia feito uma consulta espiritual com as religiosas e teria recebido a previsão que iria morrer. Para que isso não ocorresse, ela deveria desviar valores da empresa e repassar para as videntes.
Segundo o Dourados News, foi constatado que em 30 dias, a funcionária desviou R$ 50.845.730,50 pertencentes à empresa. A Defron, então, pediu à Justiça o bloqueio de bens e iniciou a investigação.
Reviravolta
A Polícia descobriu que, na verdade, a funcionária da empresa procurou as mães de santo para que elas fizessem um trabalho espiritual, a fim que a empresa não descobrisse os desfalques que ela promovia.
Sendo assim, diz a polícia, as gurus espirituais e a funcionária lucravam com o desvio milionário da empresa. As duas mães de santo foram identificadas como Juliana e Larissa e ambas têm extensa ficha criminal, por furto e estelionato.
Somente em imóveis de luxo, em São Paulo, a polícia conseguiu sequestrar os bens, avaliados em R$ 14 milhões. Outra parte do dinheiro estava em contas bancárias e até com um doleiro.
Com a finalização dos trabalhos, que possibilitou a recuperação de cerca de 32 milhões de reais, as três mulheres foram indiciadas pela prática de furto qualificado e associação criminosa.