Um pub, onde Pedro Henrique Evangelista Bahia foi morto por policiais militares, no último domingo (15), já teve um militar baleado na barriga, há um mês, em Jardim. A gerência nega relação entre o crime do mês passado com a casa de shows.
Conforme a imprensa local, houve um show na casa noturna, em 22 de abril, onde estavam o militar do Exército, de 20 anos, e um amigo. Os dois decidiram ir embora por volta das 2h e se dirigiram para o estacionamento.
No relato do amigo do militar, consta que, ao entrar no carro, a vítima reclamou que havia sofrido um tiro. O parceiro constatou o ferimento, mas não viu de onde partiu o disparo.
O baleado foi socorrido ao Hospital Marechal Rondon, em Jardim. A Polícia Civil investigou o caso, assim como a Companhia onde o militar atuava.
Sem relação
No mesmo dia do crime, a direção do pub foi às redes sociais esclarecer que o ferimento do rapaz não teve qualquer relação com o evento ou com o local em si.
Na versão do empresário, nenhum dos clientes portavam arma de fogo, nem que o tiro saiu da boate, já que, em shows, os seguranças fazem revista pessoal e usam detectores de metal.
Filho de secretária
Pedro Bahia era filho da secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Cultura, Delaine Evangelista Bahia, e do pecuarista Erivaldo Bahia. Ele estava na boate, entre a noite de sábado (14) e domingo (15) e teria se desentendido no local.
Conforme testemunhas, Pedro deixou o local, prometendo pegar uma arma e voltar para se vingar. A vítima então chegou na frente do pub, já com uma arma em mãos. Ele foi repreendido por um homem, também na calçada da casa noturna.
Segundo o tenente-coronel Velasques, do 11º Batalhão de Polícia Militar de Jardim, três policiais militares estavam de folga e curtiam a boate, quando foram avisados que havia alguém armado, ameaçando terceiros, em frente da casa.
Os militares então saíram do interior da casa noturna, diz o oficial, e se identificaram como policiais. No entanto, Evangelista não respeitou a ordem de abaixar a arma e ainda disparou um tiro. Houve revide e o jovem baleado. Ele foi socorrido ao Hospital Marechal Rondon, mas não resistiu.
Vídeos
Os vídeos mostram que Pedro chega ao local com algo em mãos. Ele é repreendido por um homem, ainda na porta da casa de diversões. Na sequência, surge um homem, que seria um PM, já com a arma em mãos e apontando para o filho da secretária. Outro militar surge atrás do primeiro e também atira.
Ainda conforme o registro em vídeo, Pedro aponta um objeto para o PM, que dá um tapa na mão da vítima. Na sequência acontece um disparo, seguido de mais dois. O filho da secretária caminha cambaleando, até cair atrás de um carro.
Um dos policiais que atira no jovem o acompanha e, com os pés, afasta o que seria a arma de Pedro de perto das mãos dele. A vítima foi socorrida até o Hospital Marechal Rondon, mas não resistiu aos ferimentos.
O caso é investigado pela Polícia Civil e pela Polícia Militar, por meio de inquérito policial militar. Os três PMs foram afastados das funções.