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Interior

25/09/2020 13:00

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Técnica que aplicou 'injeção da morte' em Sheyza segue foragida no Paraguai

Ela também é acusada de matar uma estudante de veterinária em 2019

A kinesiologista (profissional que promove o estudo dos movimentos e músculos) Danilda Victória Ruiz Diaz, suspeita de aplicar o hidrogel que pode ter matado a brasileira Sheyza Ayala, dia 17 de setembro, em Ponta Porã, segue foragida da Justiça paraguaia. Outra envolvida no suposto crime, Claudia Raquel Echeguren Chávez, se apresentou à Justiça nesta quinta-feira (24), foi ouvida e liberada. 

Danilda atuava na clínica clandestina que pertence à Cláudia Raquel, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Segundo a imprensa local, o órgão equivalente ao Ministério Público Estadual no Brasil foi até a clínica e descobriu que o local era uma residência, onde havia uma maca e alguns instrumentos médicos. 

A suspeita de aplicar o hidrogel já responde por homicídio doloso naquele país, quando uma estudante de veterinária fez procedimento estético semelhante ao de Sheyza, em 2019, sofreu complicações e morreu. 

Cláudia Raquel se entregou nesta quinta-feira, mas foi liberada. (Reprodução Ponta Porã News)

Aplicação

Sheyza, que morava em Ponta Porã, ficou sabendo da clínica e decidiu fazer a aplicação de hidrogel para preencher as nádegas, no dia 12 de setembro. Sem avisar a família, a jovem voltou para casa e, no mesmo dia, se sentiu mal. Ainda segundo os relatos à imprensa paraguaia, Sheyza questionou Raquel, que teria orientado a paciente a tomar analgésicos, coca-cola e café. 

Cinco dias após a aplicação do colágeno, a brasileira foi internada no Hospital Regional de Ponta Porã com falta de ar, tontura e manchas no corpo. Ela passou por uma tomografia que identificou tromboembolismo pulmonar. Depois foi para a UTI, onde foi entubada. A jovem recebeu várias transfusões de sangue, teve uma parada cardíaca, mas não resistiu.

Raquel deu um caminhão Scânia como fiança e vai responder o processo por homicídio culposo em liberdade. 

Hidrogel

O hidrogel é um gel que tem em sua composição 98% de água e 2% de poliamida, usado para preencher e dar volume em regiões do corpo como bunda e coxas, além de linhas e rugas no rosto e no pescoço. 

O risco, segundo médico consultado pelo G1, é de o produto ser injetado perto de um vaso e comprimi-lo. Isso pode levar a uma isquemia, ou seja, a uma interrupção do fluxo de sangue, que pode ocasionar uma necrose da pele. Também há risco de o produto comprimir um nervo importante, provocando dores fortes.

Outro risco é que o produto seja equivocadamente injetado dentro de um vaso sanguíneo, o que pode levar a uma trombose e à necrose da pele no local. Pode também provocar uma embolia pulmonar ou até cerebral, e levar à morte. O paciente está sujeito ainda a ter hematomas, dores e alergia ao produto.

Mortes

Em 25 de outubro de 2014, uma moradora de Goiânia morreu após aplicar o hidrogel para aumentar a bunda. Ela tinha 39 anos e morreu um dia após a aplicação do produto. 

Em julho de 2015, um jovem de 18 anos morreu após fazer a aplicação do produto no pênis, na cidade de Franca, interior paulista. 

A modelo Andressa Urach passou pelo mesmo procedimento e teve infecções graves por todo o corpo, que quase lhe tiraram a vida. 

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