Política

06/06/2019 13:04

Com foco na erradicação da febre aftosa, Reinaldo faz mudanças na Iagro

Depois caso atípico de vaca louca no MT, governo fez mudança estratégica em MS

06/06/2019 às 13:04 | Atualizado 06/06/2019 às 13:06 Rodson Willyams
Imagem Ilustrativa. - André de Abreu / Arquivo

A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul) deve passar por mudanças tendo Daniel Ingold  no novo comando da Agência. O atual diretor-presidente Luciano Chiochetta deixa o cargo para cuidar de projetos de maior interesse do Governo do Estado como o plano de erradicação da febre aftosa.

O anúncio da troca de comando foi feito nesta quinta-feira (6), durante evento realizado pelo presidente da Famasul, Maurício Saito. A indicação de Daniel Ingold teve o aval da Instituição. "Esperamos que você tenha muito cuidado com todo o aspecto sanitário. Um olhar atento a questão sanitária para realizar um grande trabalho. A perspectiva do setor produtivo é muito positiva com o seu comprometimento com a sanidade e o setor agropecuário de Mato Grosso do Sul", disse o presidente.

Presente no evento, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) agradeceu ao ex-presidente Luciano Chiochetta pelos quatro anos e meio em que esteve a frente da Iagro e destacou o desafio de Mato Grosso do Sul, que vai requerer o esforço de todos: o projeto de erradicação da febre aftosa sem vacinação.

"Vai demandar comprometimento para termos o sucesso desejado por todos nós. Vai ser um longo caminho que vamos percorrer. A sanidade é tudo hoje", comentou o governador.

Reinaldo ainda citou o caso atípico de vaca louca registrado no Mato Grosso, que inicialmente foi anunciado que seria no Estado. "Isso mexe com o mercado mundial, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) confirmou o caso e isso causou um problema. Então, a gente sabe da importância desse vazio sanitário como proteção".

O caso

Conforme informações da Agência Brasil, o Ministério da Agricultura confirmou, no último dia 31 de maio, um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina, também conhecida como mal da vaca louca, no Mato Grosso. A pasta informou que a ocorrência é isolada e não traz risco para a população.

Segundo a Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério, o caso foi registrado numa vaca de corte de 17 anos. O animal foi abatido e teve o material de risco de contaminação retirado e incinerado no próprio matadouro. Os produtos derivados da vaca foram identificados e apreendidos preventivamente.

Com as medidas preventivas tomadas, a pasta descarta o risco de a doença passar para a população porque não houve ingresso de nenhum resíduo do animal na cadeia alimentar de humanos e de ruminantes. O Ministério da Agricultura reiterou que a doença, na variedade atípica, ocorre de maneira aleatória, espontânea e esporádica, sem estar relacionada à ingestão pelo animal de alimentos contaminados.

O Ministério da Agricultura ressaltou que o caso isolado não mudará a classificação de risco do Brasil para a doença. O país continuará a ser considerado de risco insignificante. Em mais de 20 anos desde que o mal da vaca louca foi descoberto, o Brasil registrou somente três casos de EEB atípica, contraída de forma isolada, e nenhum caso de EEB clássica, quando a doença é contraída pela ingestão de carne do animal contaminado.

Sobre a doença

Doença cerebral em bovinos adultos que pode ser transmitida aos seres humanos pela ingestão de carne contaminada, o mal da vaca louca é causada por proteínas alteradas e não tem cura nem tratamento. O cérebro das vítimas perde massa e torna-se uma esponja, com o paciente sofrendo acelerada deterioração mental e entrando em coma em poucos meses. Não existe transmissão de uma pessoa para outra.

No fim dos anos 1990, alguns países da Europa enfrentaram um surto de casos de vaca louca por causa do consumo, por outros animais, de ração processada de bovinos afetados pela doença.