Campo Grande

16/07/2019 15:34

VÍDEO: mães e pais de crianças especiais protestam contra mudanças de professores

Medida descarta a exigência de auxiliares especializados nas escolas municipais de Campo Grande

16/07/2019 às 15:34 | Atualizado 17/07/2019 às 08:35 Amanda Amaral e Nathalia Pelzl
Nathalia Pelzl

Auxiliares educacionais especializados, pais e responsáveis protestam contra decisão da prefeitura de Campo Grande em não mais exigir a qualificação para o cargo nas escolas do município, que passa a aceitar trabalhadores com formação em nível médio. Com faixas e cartazes, cerca de 150 pessoas protestaram em frente ao Ministério Público Estadual, Rua da Paz, Centro, e depois seguiram para o Paço Municipal.

Conforme os manifestantes, reunidos desde as 14h desta terça-feira (16), a medida desvaloriza os profissionais preparados para o acompanhamento de alunos com necessidades especiais, que também saem prejudicados. Os auxiliares reclamaram da falta de atendimento no MP e do poder público em ouvir os profissionais sobre a questão, e planejam um pedido de intervenção à Justiça.

Para a professora Glaucia Souza, que atua há três anos na Reme (Rede Municipal de Educação), a pressão para os profissionais se sujeitarem à mudança começou pouco antes das férias do meio do ano, em junho. "Quem quisesse voltar e continuar contrato, teria que assinar a inscrição que rebaixaria cargo, diminui salário. Pessoas iam trabalhar até doentes com medo de cortes, muitos colegas acabaram aceitando por pressão, imposta até em grupos de WhatsApp", discorre.

Profissionais cobram medida do Ministério Público. (Foto: Nathalia Pelzl)

Neuza Valentim atua há 12 anos na educação e disse que o manifesto é em busca de respeito devido ao estudo e capacitação dos colegas. "Não é justo, é um desrespeito muito grande. Essa forma encontrada é pra reduzir custo, mas sem se importar com a questão pedagógica", avalia.

Para a professora Sonia Monteiro,  há quase 30 anos na atividade, o sentimento é de revolta e indignação. "As crianças merecem respeito, todo dia é um desafio para lidar com elas. É preciso ter uma competência para entender os sinais dessas crianças especiais", desabafa a profissional.

Avó de um garoto autista de 12 anos de idade, a técnica de enfermagem Solange Maria do Prado, 62 anos, também se emociona ao relatar sua preocupação com a mudança. "Agora que ele estava se adaptando, estou com medo da professora ser retirada. As mães das crianças não querem babá, querem pessoas qualificadas. Todo mundo merece um lugar ao sol, mas quem tem ensino médio não está capacitado para a função", opina.

O manifesto continua em frente a prefeitura municipal. Confira abaixo vídeo do ato no MPMS: