Nem um cachorro, nem um gato. De longe, foi difícil identificar que Mei se tratava de uma cadela, quando  foi encontrada no dia 6 de abril, na avenida Duque de Caxias, pelo casal, Mari Armôa e Rodrigo Faleiros, tamanha a situação degradante em que estava. "Ela estava muito judiada, com sarna no rosto, o olho não abria e estava bem debilitada", afirma a publicitária.

Embalada na camisa de Rodrigo, o casal iniciou uma verdadeira saga para salvá-la. Na primeira clínica veterinária em que foi levada foram feitos exames e uma possível cegueira foi diagnosticada. Durante os quatro dias em que  o animal ficou na clínica, ganhou um nome e ajuda de dezenas de amigos por meio de uma campanha de arrecadação de fundos pelo Facebook para custear o tratamento.

Entre os comovidos , estavam os voluntários da Ong (Organização Não Governamental) Abrigo do Bichos, que viabilizaram sua ida para uma clínica parceira, onde os custos do tratamento seriam menores. Lá, foi constatado que a cegueira era em decorrência da doença e com o tratamento adequado ela melhoraria .

Porém,  Mei possuía Leishmaniose, e as dificuldades em encontrar um lar passaram a ser maior. "Não é todo mundo que entende que um cachorro com Leishmaniose é tratável. As pessoas têm preconceito. Por isto, esperamos por pessoas com paciência e carinho especial", afirma Mari.

A espera por um dono durou um mês e 15 dias. O encontro ocorreu no domingo (18), em uma feira de doações organizada pelo Abrigo dos Bichos. Mei passou dos cuidados de Mari Armôa para as mãos Mari Turatto. "A Mei a lambeu. Foi amor a primeira vista", afirma a publicitária.

Apesar de passageira, a presença de Mei na vida do casal deixou uma lição. "Podemos ver de perto que a Leishmaniose é tratável. Hoje procuramos entender melhor a doença. O tratamento melhorou muito e vem evoluindo a cada dia", afirma.