Política

16/04/2020 14:06

Servidores de Bolsonaro analisam contratos assinados por Mandetta

O Planalto pretende usar esses casos para constranger o ministro e forçá-lo a pedir demissão

16/04/2020 às 14:06 | Atualizado 16/04/2020 às 12:59 Dany Nascimento
Adriano Machado/Reuters

Um grupo de servidores estaria revirando dezenas de contratos assinados recentemente pelo Ministério da Saúde, com empresas prestadoras de serviços, para verificar se os contratos estão em sintonia com as diretrizes e estratégias de combate à doença.

De acordo com ao Revista Veja, o grupo é integrado por espiões da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e militares do Exército e busca provas de irregularidades no Ministério da Saúde. Os alvos da investigação, em princípio, são dois ex-deputados do DEM, que centralizariam informalmente todas as grandes compras da Pasta. Não por coincidência, ambos, além de correligionários, também são amigos do ministro Luiz Henrique Mandetta.

José Carlos Aleluia atualmente ocupa o cargo de assessor especial do ministro. Abelardo Lupion foi nomeado em março para a diretoria de Gestão, responsável por conduzir as tratativas da pasta com estados e municípios. Acusados na delação da Odebrecht de terem recebido caixa dois, ambos não renovaram seus mandatos.

Após a nomeação de Mandetta, em janeiro do ano passado, os ex-deputados foram nomeados para ocupar os postos no ministério. Os agentes apuram informações sobre pagamentos suspeitos, contratos que foram firmados com empresas que não existem ou só existem no papel, liberação de recursos para prefeituras e cobrança de comissões.

Algumas dessas investigações já estavam em andamento desde o ano passado, mas receberam uma atenção especial a partir do momento em que Mandetta entrou em choque com o presidente Bolsonaro. O Planalto pretende usar esses casos para constranger o ministro e forçá-lo a pedir demissão.