Política

há 4 anos

Bolsonaro admite que falou 'PF' na reunião

Bolsonaro diz que estava preocupado com a segurança da família

15/05/2020 às 10:11 | Atualizado 15/05/2020 às 10:11 Nathalia Pelzl
Carolina Antunes/ PR

O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta sexta-feira (15) que falou a palavra "PF" na reunião ministerial do dia 22 de abril.

Conforme o G1, ele ressaltou, no entanto, que se posicionou para interferir em assuntos de segurança física de sua família, e não em temas de inteligência e investigações dentro da corporação.

Ainda segundo o site, no início da semana, Bolsonaro havia dito que não mencionou o termo "Polícia Federal" durante a reunião.

Na saída do Palácio da Alvorada, jornalistas questionaram Bolsonaro sobre a palavra "PF" ter aparecido na transcrição da AGU, contrariando a versão do presidente para a reunião.

"Está a palavra PF, duas letras: PF", respondeu o presidente.

Diante de novas perguntas sobre o tema, Bolsonaro disse que quer que as falas dele no vídeo sejam divulgadas, para que seja feita a interpretação "correta" sobre a reunião.

"Eu espero que a fita se torne pública, para que a análise correta venha a ser feita. A interferência não é nesse contexto da inteligência, não. É na segurança familiar. É bem claro", afirmou o presidente.

Quando um repórter tentou questionar se o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) se negou a fazer mudança na segurança – já que o presidente alegou que ameaçou demitir o chefe da sua segurança e não o chefe da PF –, Bolsonaro interrompeu o repórter por duas vezes e terminou a entrevista.

Cabe ao GSI fazer a segurança do presidente e familiares, e não à Polícia Federal.

Na transcrição do vídeo da reunião, entregue pela AGU, Bolsonaro afirmou que tentou trocar “gente da segurança nossa no Rio”, mas sem sucesso. A transcrição mostra que Bolsonaro disse que, se não conseguisse realizar a mudança, demitira o ministro – a transcrição não cita Heleno ou Moro.

“Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe. Troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira (...)", diz trecho da transcrição.