Polícia

12/06/2020 07:00

'Se depender da polícia, eu vou morrer', diz mulher ameaçada de morte pelo tio

Ela afirma que pediu ajuda em duas unidades policiais, mas não conseguiu ajuda

12/06/2020 às 07:00 | Atualizado 12/06/2020 às 09:30 Dany Nascimento
Imagem Ilustrativa - Wesley Ortiz/Arquivo

Uma jovem de 28 anos, que terá o nome preservado, afirma que foi agredida e ameaçada de morte pelo tio, no dia 4 de junho, e não conseguiu ajuda policial em Campo Grande.

Ela relata que levou um soco no rosto, buscou ajuda em duas delegacias da Polícia Militar na cidade, mas foi orientada a procurar a Polícia Civil.

“Fui agredida com soco no rosto, pelo meu tio, irmão da mãe, por briga entre familiares. Procurei duas delegacias, liguei 190, pedi viatura, não enviaram, consegui socorro na rua. Fui no 9º Batalhão de Polícia Militar, no bairro Carandá Bosque, e estava fechado. Fui no 5º Pelotão da Vila Margarida, um policial me atendeu, falei que meu tio estava passando armado dizendo que ia me matar e, mesmo assim, ele falou que não poderia fazer nada, que era para eu procurar atendimento na Deam”, afirma a mulher.

A mulher conta que tem quatro filhos, entre eles, um bebê de quatro meses e não iria conseguir ir de ônibus até a Deam. “Ele me bateu na frente dos meus filhos, por fofoca de família, meus filhos gritando e ele bateu mesmo assim. O policial falou que era para ficar dentro de casa se não conseguia ir na Deam. Depois liguei no 180, para fazer a denúncia, me mandaram ligar na Deam. Tentei falar com assistente social, mas um passava a ligação para o outro, até que consegui.  Ela também falou que não podia fazer nada, que eu teria que ir lá formalizar a denúncia, tinha que arrumar um jeito de ir”, diz a mulher.

A vítima alega que só parou de sofrer as ameaças, porque o suspeito foi informado que ela procurou ajuda da polícia e registrou as ameaças. “Ele só parou por isso, mas se eu fosse depender da polícia, eu teria sido assassinada naquela quinta-feira”, finaliza a mulher.

Polícia

O TopMídiaNews entrou em contato com o governo do Estado,  que alega que a vítima recebeu as orientações cabíveis ao caso e não foi destratada pela polícia. 

"A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), informa que a vítima recebeu atendimento ao procurar a Unidade da Polícia Militar no bairro Vila Margarida, momento que teria informado a evasão do suposto autor. Foi orientado que a vítima procurasse a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) para as devidas providências e registro da ocorrência. Quanto à Delegacia localizada no Carandá Bosque, a Polícia Civil informa que o atendimento ao público acontece até às 18 horas, devendo a comunidade procurar as Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário (DEPACs). A Sejusp reforça que todos os seus servidores que trabalham prestando atendimento à comunidade atuam de forma técnica e humanizada. E reitera que a Polícia Militar não coaduna com qualquer ato de desrespeito à dignidade humana e prioriza o atendimento deste crime, por compreender a complexidade que envolve cada ocorrência. A recomendação para estes casos é ligar para o 190 ou procurar imediatamente a DEAM".