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25/07/2020 16:25

Cortados no Twitter, aliados de Bolsonaro usam contas alternativas para driblar censura

Roberto Jefferson e Allan dos Santos são os mais críticos ao ministro Alexandre de Moraes

25/07/2020 às 16:25 | Atualizado 25/07/2020 às 16:30 Thiago de Souza
Reprodução Twitter

Empresários, jornalistas e até humorista que tiveram suas contas no Twitter suspensas, por decisão do Supremo Tribunal Federal, conseguiram driblar a censura. A maioria usou contas alternativas ou outras redes sociais para se comunicar. 

A decisão foi do ministro Alexandre de Moraes, que conduz inquéritos no STF que apura fake news e manifestações antidemocráticas. 
Roberto Jefferson, o mais recente aliado de Bolsonaro, usou o perfil da filha e voltou a criticar o STF. 

‘’Fui censurado por falar a verdade e estou dividindo o perfil com minha filha. É hora de rugir”, diz o texto de apresentação do perfil de Cristiane Brasil, a filha dele. 

O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, usou a conta no Instagram para voltar ter voz. Hang, diz a Veja, afirmou que nunca produziu notícias falsas e, em nota, reforçou que “jamais” atentou contra o STF. 

O blogueiro Allan dos Santos, do portal Terça Livre, é o que faz críticas mais duras contra a Corte, com xingamentos e palavras de ordem. Ele recorreu a um perfil secundário, no qual tem replicado publicações de outros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, como a deputada federal Bia Kicis, assim como de outras parlamentares. 

Também no Twitter, o perfil do movimento Brasil Conservador divulgou um tutorial de como alterar as configurações da rede social para continuar visualizando os tuítes publicados – perfis com localizaç ão fora do país conseguem visualizar as contas retidas pela decisão de Moraes. Na publicação, o movimento diz que este é o passo a passo para se ver “livre da restrição do Xandão”, em alusão a Alexandre de Moraes. 

A suspensão dos perfis do Twitter ocorreu nesta sexta-feira (24). No entanto, vários bolsonaristas já apontavam, na noite de quinta-feira (23), que seus perfis estavam desativados. Todos eles são investigados em pelo menos um dos dois inquéritos do STF.