O Secretário Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, Robson Santos da Silva, proibiu que voluntários do Médicos Sem Fronteira entrem em aldeias indígenas de Aquidauana para ajudar no combate à covid-19. Esse serviço extra de Saúde poderia conter o avanço da doença na região. 

O grupo de médicos já está na região, mas não pode entrar nas comunidades, que têm cerca de cinco mil nativos.

No documento enviado por Robson ao chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena, em Aquidauana, ele justifica que o Ministério da Saúde e o Exército Brasileiro já promovem ações de combate à covid nas aldeias. No entanto, indígenas dizem que a doença avança e mata. 

O TopMídiaNews apurou com uma fonte, ligada à questão indígena, é que a proibição da entrada de voluntários em aldeias seria ‘’pura maldade’’ do Governo. 

‘’É um genocídio...’’, lamentou a ativista. 

Segundo levantamento apresentado por uma liderança da aldeia Taunay Ipegue, de Aquidauana, são 60 casos e quatro mortes só nesta aldeia. O total nas reservas da região soma 18 mortos e 678 casos confirmados. 

A Aldeia Bananal é que concentra o maior número de casos, segundo esse levantamento. São 222 infectados e cinco mortes. Na Aldeia Lagoinha, que fica em Anastácio, são 122 casos e três mortos. 

Ainda segundo o documento, o Distrito Sanitário Especial só pode autorizar os voluntários do MSF no posto de Saúde da Aldeia Lagoinha, que fica em Anastácio. 

Taynara e o pai morto pela covid. (Foto: Divulgação)

A jovem Tainara Terena perdeu o pai, de 57 anos para a doença. Ela estima que seja um médico para quase 300 famílias. 

‘’A médica que vem aqui chega sempre cansada de tanto paciente para atender’’, lamentou a jovem. 

Apelo

Lideranças indígenas, como Pedro Lulu, da Aldeia Arara Azul, pediram para que o Ministério Público Federal interceda para que o Governo Federal autorize a entrada do Médicos Sem Fronteira nas aldeias. Ainda não há resposta.