Economia

11/09/2020 07:00

Gasolina e alimentos são novos ‘vilões’ da inflação – e do bolso – em Campo Grande

No setor de alimentos, as maiores altas estão nos preços do tomate (de volta), frutas, carnes e arroz

11/09/2020 às 07:00 | Atualizado 11/09/2020 às 11:07 Diana Christie
Arquivo/TopMídiaNews

Pesquisa realizada pelo IBGE mostra o que o consumidor já vem observando nas prateleiras de varejos e atacadistas de Campo Grande: aumento da inflação. Os maiores vilões são os setores de transporte e alimentação, junto com outros cinco setores que tiveram altas nos preços durante agosto.

Foram avaliados nove grupos de serviços, conforme é possível observar na tabela abaixo. Segundo o levantamento, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de agosto subiu 1,04%, 0,31 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em julho (0,73%). Esse é o maior resultado para um mês de agosto para a Capital desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 2014. No ano, o indicador acumula alta de 2,13%. No Brasil, o IPCA foi de 0,24%.

No grupo ‘alimentação e bebidas’ (2,31%), a alta foi influenciada principalmente pela elevação nos preços do tomate (32,71%), das frutas (9,54%), das carnes (6,28%) e arroz (4,74%). Destacam-se, ainda, as variações do macarrão (5,59%), hortaliças e verduras (4,79%) e o óleo de soja (3,70%). Por outro lado, verificou-se recuo nos preços da cebola (-22,17%), do feijão-carioca (-16,47%), do alho (-9,25%) e da batata-inglesa (-5,24%).

Comer fora de casa também ficou mais caro (0,81%), o que pode ser observado pela raridade das marmitas de ‘dezão’ em aplicativos de entrega, como iFood e Uber Eats. E não teve jeito nem para o lanche de fim de semana. Enquanto a refeição passou de -0,08% em julho para 0,07% em agosto, o lanche passou de queda (-0,25%) para alta de 2,27%, contribuindo com 0,01 p.p. no índice do mês.

Transporte

Se a pandemia não desestimulou as festas, o preço da gasolina pode fazer isso. Infelizmente, isso também afeta quem precisa trabalhar, procurar um serviço médico ou tenha outra urgência. Conforme o levantamento, os transportes (3,23%) tiveram alta pelo terceiro mês consecutivo, influenciados, mais uma vez, pelo comportamento dos preços da gasolina, que subiram 3,88% em agosto.

O óleo diesel (4,36%) e o etanol (4,2%) também registraram variação positiva. Cabe notar que o maior influenciador do aumento no grupo é o subitem automóvel usado, que subiu 13,63% em agosto (2,57% em julho), influenciando em 0,34% o índice. O aumento registrado no ano para este subitem é de 15,47%.

Ainda em Transportes, os preços dos serviços de transportes por aplicativo (4,77%) subiram, após a queda (-3,19%) em julho. Já as passagens aéreas (-2,65%) seguem em queda, embora o recuo tenha sido menos intenso que o registrado no mês anterior (-2,97%).