Campo Grande

08/10/2020 19:00

Vereador Ademir Santana era motorista dos Name e levava vítimas para tortura psicológica

Em uma ocasião, capanga segurava um taco de beisebol enrolado com arame farpado

08/10/2020 às 19:00 | Atualizado 08/10/2020 às 19:35 Thiago de Souza
Reprodução A Crítica

O hoje vereador Ademir Santana (PSDB) estreitou suas relações com a família Name, quando atuou como motorista de Jamil pai e filho, em Campo Grande. Segundo a força-tarefa da Operação Omertà, o parlamentar levava as vítimas para tortura psicológica, ameaça com armas e até com taco de beisebol. 

O Garras e o Gaeco chegaram até o nome do vereador por meio da denúncia do ex-dono de uma casa que foi tomada por ameaça de José Carlos de Souza. Essa vítima contou que tomou empréstimo de Jamil Name Filho para construir casas, mas o que deveria ser uma simples negociação financeira, se tornou uma bola de neve, já que os juros que lhe eram cobrados eram abusivos. 

Ao não conseguir pagar a dívida real e outras que eram atribuídas a ele por Jamilzinho, José Carlos passou a ser ameaçado, inclusive por Santana. Em uma ocasião, entre 2012 e 2013, o vereador buscou José Carlos e a esposa e os levou até a residência dos Name, onde ambos sofreram tortura psicológica. 

Ainda segundo o pedido à Justiça, um dos capangas de Jamilzinho teria enrolado um arame farpado em um taco de beisebol, a fim de causar pânico nas vítimas e fazê-las ceder um imóvel de graça para o filho de Jamil Name. Outros ‘soldados’ da família mostraram armas e fizeram ameaças. 


Ademir era homem de confiança da família Name. (Reprodução TJMS)

No documento, consta que Ademir Santana passou a ser elemento de confiança da família Name e inclusive ocupa cargo de direção na empresa de sorteios, o Pantanal Cap. Santana inclusive é casado com uma das modelos que promove os sorteios nos números na televisão. 

Apesar do pedido do Garras e Gaeco, o juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande negou o pedido de prisão preventiva e autorizou somente a busca e apreensão nos endereços ligados a ele. 

O político ainda não se manifestou sobre as acusações. A Câmara Municipal informou que ainda não foi notificada sobre as ações contra o parlamentar, que tenta a reeleição. O espaço está aberto para o vereador ou a defesa dele.