Política

27/11/2020 12:42

'Rei do fundo eleitoral', Cláudio Serra é a vergonha das eleições 2020 em MS

Votação baixa e gasto alto: candidato mostra como não fazer uma eleição municipal

27/11/2020 às 12:42 | Atualizado 27/11/2020 às 17:01 Vinícius Squinelo
Feliz, só fora da política... - Reprodução redes sociais

Maior representante do criticado fundão eleitoral, Cláudio Serra (PSDB), foi um dos nomes que não conseguiram se eleger para a Câmara Municipal de Campo Grande. Isso mesmo recebendo cinco vezes mais dinheiro público do que o líder de votos do seu partido. O candidato tucano mostra que, em 2020, não é só mais dinheiro que ganha uma eleição em Mato Grosso do Sul.

Conforme números do Divulgacand, sistema eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral, Claudinho Serra recebeu exatos 100 mil reais de fundo eleitoral. Ninguém com candidatura a vereador de Campo Grande recebeu mais que ele. Igual? Somente Carla Stephanini, do PSD, também não eleita.

Dentro da chapa do PSDB – já que essas eleições admitiam apenas chapas puras – Claudinho ficou em quinto lugar, e apenas três tucanos se elegeram: João César Mattogrosso, Professor Juari e João Rocha. Serra ainda ficou atrás de Ademir Santana, que concorreu envolto de denúncias de participação da milícia do jogo do bicho na cidade.

Dos eleitos, Matogrosso recebeu R$ 20 mil de fundo eleitoral; Juari, zero; Rocha, também nada. Ademir foi outro que nada ganhou de dinheiro do povo. Ao todo, Claudinho recebeu 142 mil reais e gastou efetivamente R$ 68.038,69 com a campanha.

Mesmo com tamanha disparidade no recebimento do fundão eleitoral, Claudinho teve o voto ‘mais caro’ entre os cinco primeiros tucanos: R$ 39,26 por voto, em relação ao dinheiro arrecadado para a campanha.

Parece que o dinheiro não é tudo na política, pelo menos é o que foi demonstrado nas eleições municipais deste ano.

A reportagem apurou que Claudinho Serra tenta, desde a derrota nas eleições, se articular para conseguir um cargo no Governo de Estado, comandando pelos tucanos. Ele visa uma posição no segundo escalão, já que não tem know-how, conforme avaliação da sigla, para um primeiro escalão.

Derrotado nas urnas, o ex-candidato estaria tentando usar até relações familiares para pressionar a nomeação, já visando as próximas eleições.