CORONAVÍRUS

01/03/2021 16:03

OMS pede fim do uso da cloroquina contra a covid-19

Organização também pediu que as pesquisas com a fórmula sejam encerradas; Bolsonaro ainda não se manifestou

01/03/2021 às 16:03 | Atualizado 01/03/2021 às 15:24 Diana Christie
Presidente Jair Bolsonaro é defensor da cloroquina - REUTERS/Adriano Machado

A OMS (Organização Mundial de Saúde) emitiu recomendação informando que a hidroxicloroquina não funciona contra a covid-19. Também pediu que as pesquisas envolvendo a fórmula sejam paralisadas e o orçamento redirecionado para outros setores.

"A droga não é mais uma prioridade de pesquisa: os recursos devem se concentrar em outras drogas mais promissoras para prevenir a covid-19. [...] O medicamento anti-inflamatório hidroxicloroquina não deve ser usado para prevenir infecções em pessoas que não têm covid-19", disse o painel de especialistas internacionais.

As informações são da Uol. Segundo o jornal, a recomendação foi "baseada em evidências de alta certeza de seis ensaios controlados envolvendo mais de 6.000 participantes".

"As evidências mostraram que a hidroxicloroquina não teve efeito significativo sobre a morte e admissão no hospital, enquanto as evidências de certeza moderada mostraram que a hidroxicloroquina não teve efeito significativo sobre a infecção pela covid-19 confirmada em laboratório e provavelmente aumenta o risco de efeitos adversos", alerta.

O painel, portanto, considera que o medicamento "não é mais uma prioridade de pesquisa e que os recursos devem ser usados para avaliar outros medicamentos mais promissores para prevenir a covid-19".

"Esta diretriz se aplica a todos os indivíduos que não têm covid-19, independentemente de sua exposição a uma pessoa com infecção", explica a OMS.

Ainda no ano passado, a agência já havia abandonado os estudos. Mas, agora, recomenda que toda a pesquisa seja abandonada diante das revelações científicas.

O presidente Jair Bolsonaro, principal defensor do medicamento no Brasil, responsável por comprar grande estoque da fórmula, ainda não se pronunciou sobre as diretrizes do órgão de saúde internacional.