Política

22/07/2021 08:35

Convidado por Bolsonaro para Casa Civil, Ciro Nogueira já esteve ao lado de Lula e Dilma

Antes de se aliar ao presidente, ele o chamou de 'fascista' e 'preconceituoso'

22/07/2021 às 08:35 | Atualizado 22/07/2021 às 07:52 Nathalia Pelzl
Pablo Jacob/Agência

Prestes a ser nomeado ministro-chefe da Casa Civil, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos principais líderes do Centrão e fiador da entrada do bloco no governo Jair Bolsonaro, responde a duas denúncias apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) em decorrência das investigações da Lava-Jato. 

Além disso, ele ainda é alvo de um inquérito decorrente da delação do empresário Joesley Batista e também foi alvo de três ações por improbidade administrativa, de acordo com levantamento feito pelo GLOBO na Justiça Federal.

Sobre os fatos, ainda segundo o Globo, a defesa do senador afirmou que Ciro Nogueira foi colocado sob foco de investigação num momento no qual havia, "claramente, uma tendência de criminalização da política" e que "não há nada que possa impedir a mais completa e livre definição política do que desejar o senador Ciro Nogueira"”.

"Claro que ninguém está acima da lei, e todos podem e devem ser investigados. Mas não há, em nenhum dos inquéritos em trâmite no Supremo Tribunal Federal, qualquer coisa que preocupe a defesa. O tempo exagerado nas análises das questões faz com que exista um desequilíbrio entre os poderes" disse o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, em nota.

De crítico a aliado

Presidente nacional do PP há mais de uma década, Ciro Nogueira é considerado um dos principais líderes do Centrão. 

O parlamentar manteve alianças em todos os governos anteriores, como dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT. No caso de Dilma, entretanto, ele apoiou o processo de impeachment, em 2016, para depois integrar a base aliada de Michel Temer (MDB).

Antes de apoiar a gestão atual, Nogueira tinha críticas a Bolsonaro. Ele já afirmou em uma entrevista, em 2017, que o então deputado federal tinha um caráter "fascista" e "preconceituoso". 

No entanto, no início de março, em entrevista ao GLOBO, Nogueira, que tem intenção de disputar o governo do Piauí, demonstrava confiança na reeleição de Bolsonaro em 2022. 

O senador afirmou que "o Lula de hoje não tem a mesmo de 20 anos atrás" e que a chance de petista vencer o pleito do ano que vem é "muito pequena". Na disputa estadual, Nogueira disputaria com o atual governador Wellington Dias, do PT.