Política

11/08/2021 09:30

Oposição enterra PEC do voto impresso e governistas justificam: ‘dever cumprido’

Bancada de MS se dividiu. Quatro votaram contra e quatro a favor da proposta mais polêmica dos últimos dias

11/08/2021 às 09:30 | Atualizado 11/08/2021 às 09:48 Rayani Santa Cruz
Bancada de MS se dividiu em votação da PEC do voto impresso - Gustavo Lima/Wesley Ortiz

Os deputados de oposição Fábio Trad (PDT), Vander Loubet (PT), Beto Pereira (PSDB) e Dagoberto Nogueira (PDT) ajudaram a enterrar a PEC do voto impresso durante votação, ontem (10), na Câmara. Agora, parte deles pede que o presidente Jair Bolsonaro pare de tentar desestabilizar a democracia e que governe solucionando problema do desemprego e da fome.

Enquanto isso, os deputados bolsonaristas Loester Trutis e Luiz Ovando do PSL alegam sensação de dever cumprido após a derrota. Para a PEC passar eram necessários 308 votos, mas os governistas conseguiram apenas 229.

As deputadas Rose Modesto (PSDB), Bia Cavassa (PSDB), que também votaram a favor do voto impresso, não se pronunciaram após a votação. 

O que dizem os deputados

O deputado Fábio Trad, que já tinha comentado que o momento necessita que Bolsonaro se atente a administração do país, deu um recado ao presidente e pediu para que ele tenha dignidade.

“Pronto. A loucura fabricada de Bolsonaro foi derrotada pela democracia intimorata. Agora, um recado a Bolsonaro: tenha a dignidade de enfrentar o Brasil real, a fome, o desemprego, a inflação e saia desta bolha que te faz governar para um Brasil que só existe na sua loucura.”

Na mesma linha, o pedetista Dagoberto Nogueira disse que a “tentativa de desestabilizar a democracia pelo tal voto impresso já era”. “Acabou, Bolsonaro. Enterramos essa inconstitucionalidade e por favor trate de enfrentar os verdadeiros problemas do Brasil agora: fome, desemprego e alta dos preços de bens de consumo”, apontou ele que mandou um recado aos parlamentares favoráveis.

“Aqui pensando, se 229 parlamentares votaram a favor do #votoimpresso e possuem tanta desconfiança das urnas eletrônicas, deveriam dar o exemplo de sua absurda defesa e renunciarem aos seus mandatos, não acham?”.

Vander Loubet também afirmou sobre a necessidade de trabalhar outros temas, após a derruba da proposta. “PEC do voto impresso derrotada na Câmara. Em meio a tantos retrocessos pelo menos este conseguimos barrar. Espero que a gente possa focar em temas mais importantes para a população.”

“A sensação de dever cumprido”

Luiz  Ovando disse aos seguidores no Twitter “nenhum esforço é em vão” e que houve interação entre parlamentares com o povo. 

“A proposta de voto impresso auditável, infelizmente, foi rejeitada, mas sei que estive do lado certo. Mais lutas virão”, ele ainda agradeceu os apoiadores e ironicamente comentou sobre a eleição [com voto em urna eletrônica]. “Não faço mais que meu dever. Fui eleito pelo voto popular e quero honrá-lo até o fim.”

Loester Trutis do mesmo partido de Ovando, disse que os governistas fizeram sua parte. “Ganhamos, mas não levamos. Seguiremos lutando pelos nossos ideiais ao qual nos compromissamos desde as manifestações de 2015 e quando fomos eleitos em 2018.”

Créditos do gráfico:

G1

Dados e curadoria:
Gabriela Caesar
Edição:
Clara Velasco, Gabriela Caesar e Thiago Reis (Conteúdo) e Rodrigo Cunha (Infografia)
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